31/05/2019 - 12:02
Tradição ou destruição? Um novo banho de sangue manchou as águas das Ilhas Faroé nesta semana. Na quarta-feira cerca de 200 baleias-piloto e 40 golfinhos foram encurraladas por pescadores e direcionados para a costa de Torshavn, capital das Ilhas que fica na ilha Streymoy, a maior do arquipélago.
Os locais espetaram arpões no pescoço dos animais para partir a sua espinha dorsal – uma técnica tradicional da região -, depois arrastaram os corpos para terra com a ajuda de ganchos. Voluntários das ilhas ajudaram no processo e uma multidão de espectadores juntou-se na praia para assistir às manobras. A água ficou pintada de vermelho.
Todos os anos, são abatidas cerca de 800 baleias nas Ilhas Faroé. A caça destes animais consta na legislação do território, que fica entre a Islândia e Noruega e pertence à Dinamarca. A legislação abarca os métodos e o equipamento utilizado para a matança dos animais.
O Governo local defende que a prática é sustentável e ajuda a garantir que as 18 ilhas do arquipélago sejam o mais autossuficentes possível. Cada baleia pode render até 800 quilos de carne e pele – que os locais consomem. O governo diz que evita assim a importação de comida, o que teria custos elevados para a população e também para o ambiente.
Por meio das redes sociais, a organização Blue Planet Society denunciou a matança “brutal e cruel”. “Cerca de 500 cetáceos já foram mortos para serem comidos nestas ilhas desde o inicio de 2019”, alerta a ONG criada para combater essa atividade.