12/12/2023 - 19:07
Desde o começo a operação terrestre de Israel no enclave palestino na guerra contra o Hamas, 105 soldados israelenses foram mortos – quase um quinto deles por erros e descuidos do próprio exército.Dos 105 soldados israelenses mortos no atual conflito contra o Hamas na Faixa de Gaza, 20 morreram pelo chamado “fogo amigo” e outros acidentes envolvendo o próprio exército de Israel. As informações são das Forças de Defesa de Israel (FDI) e foram divulgadas nesta terça-feira (12/12).
O “fogo amigo”, ou seja, disparos feitos pelo próprio exército de Israel, foi responsável pela morte de 13 soldados. Os motivos foram erros de identificação em ataques aéreos, bombardeios de tanques e tiros.
Além disso, um soldado foi morto por tiros que não tinham a intenção de atingi-lo, e outros dois por falhas acidentais nos disparos.
Dois soldados morreram atropelados por veículos blindados de Israel; e mais dois por estilhaços, incluindo explosivos detonados pelas forças israelenses.
De acordo com as FDI, esses incidentes ocorreram devido a uma série de motivos, incluindo o grande número de tropas que operam em Gaza, problemas de comunicação, o cansaço dos soldados e o não cumprimento dos regulamentos.
Além dos 105 soldados mortos em Gaza desde o início da incursão terrestre em 27 de outubro, outros 582 ficaram feridos – 133 com gravidade, disseram as FDI.
Dois corpos de reféns recuperados
Também nesta terça-feira, o Exército israelense anunciou ter recuperado os corpos de dois reféns na Faixa de Gaza durante uma operação militar. Eles foram identificados e levados para Israel.
Segundo o exército israelense, o suboficial Ziv Dado, de 36 anos, foi morto no ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro – estopim do conflito atual – e seu corpo foi levado à Gaza.
Eden Zachariya, de 28 anos, foi raptada no mesmo dia, durante um festival de música no qual 364 pessoas foram assassinadas e cerca de 40 levadas como reféns.
Durante a operação para recuperar os corpos, dois soldados reservistas foram mortos na quinta-feira passada. Segundo Israel, 137 reféns seguem em Gaza – o número inclui cadáveres.
De acordo com fontes do Hamas, mais de 18.400 pessoas foram mortas e mais de 50.000 feridas na Faixa de Gaza pelas operações militares israelenses. O Hamas é classificado como grupo terrorista por Estados Unidos, União Europeia e Israel e governa o enclave palestino desde 2007.
Mortes na Cisjordânia
Paralelamente aos confrontos em Gaza, sete palestinos foram mortos nesta terça-feira em um ataque israelense na cidade de Jenin, no norte da Cisjordânia.
Com isso, o número de mortes no território palestino ocupado por Israel subiu para 490 desde o início do ano, o mais mortal na área desde 2002, no pico da violência da segunda intifada.
O Ministério da Saúde da Autoridade Nacional Palestina confirmou pela manhã as mortes de quatro jovens em Jenin. À tarde, mais três morreram, um deles menor de idade, por fogo israelense em confrontos em diferentes áreas, incluindo um campo de refugiados.
“Fuad Imad Abahra, de 36 anos, morreu depois que a ocupação impediu que a ambulância o transportasse para o hospital por meia hora depois que ele foi ferido na coxa, enquanto o menino Ahmed Samar, de 13 anos, morreu porque a ocupação impediu sua chegada ao hospital”, detalhou um porta-voz da pasta, que horas depois anunciou a morte de Rashad Turkman, de 18 anos.
O exército israelense confirmou a operação em Jenin, justificando ter identificado uma “célula terrorista que estava lançando dispositivos explosivos e disparando contra as forças”.
As incursões das forças israelenses e os confrontos com os palestinos nas cidades da Cisjordânia e nos bairros de Jerusalém Oriental se repetem quase diariamente em 2023, ano do maior pico de violência na região em duas décadas, e que se intensificou ainda mais desde o início da guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza.
Desde 7 de outubro, 282 palestinos (incluindo mais de 70 menores de idade) foram mortos em confrontos com as forças israelenses ou colonos na Cisjordânia.
Jenin tem sido o principal foco da resistência armada palestina no norte da Cisjordânia, onde uma milícia formada por volta de 2022 opera de forma autônoma e integra a maioria das facções da cidade, chamada de Batalhão Jenin, e é o principal alvo dos ataques israelenses.
Mais de 3.500 palestinos foram presos desde o início da guerra na Faixa de Gaza, de acordo com entidades palestinas, enquanto as forças israelenses dizem que estão prendendo suspeitos de ligações com o Hamas.
le (Lusa, AFP, EFE, ots)