24/01/2024 - 7:18
Ex-presidente obtêm nova vitória nas prévias do Partido Republicano. Ex-governadora Nikki Haley promete se manter na disputa, apesar do favoritismo de Trump nas próximas etapas.O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump venceu as primárias do Partido Republicano no estado de New Hampshire nesta terça-feira (23/01), de acordo com projeções da imprensa americana, impondo uma nova derrota à ex-governadora da Carolina do Sul e ex-embaixadora americana na ONU Nikki Haley.
O resultado torna ainda mais provável uma nova disputa entre o ex-presidente e atual mandatário Joe Biden nas eleições presidenciais em novembro, repetindo a disputa à Casa Branca de 2020.
Com mais de 91% dos votos apurados, Trump liderava a contagem com 54,6%, enquanto Haley somava 43,2%. A pré-candidata admitiu a derrota, mas disse estar satisfeita com o resultado, que acabou sendo mais apertado do que previam as pesquisas.
Nas primárias de New Hampshire, são distribuídos apenas 22 delegados dos 2.429 que participarão da Convenção Nacional Republicana onde será selada a nomeação do candidato da legenda conservadora à Casa Branca. Nesta terça, Trump recebeu o apoio de 11 delegados, enquanto Haley ficou com 8.
Esta foi a segunda etapa da corrida pela nomeação republicana, após a prévia de Iowa na semana passada, também vencida por Trump.
Próximas etapas tem Trump como favorito
Até hoje, nenhum republicano que tenha vencido as primárias de Iowa e New Hampshire deixou de conquistar a indicação do partido para concorrer à Presidência.
A próxima etapa da disputa será em Nevada, onde Trump é favorito para conquistar a terceira vitória seguida. Em seguida, será a vez das primárias no estado de Haley, a Carolina do Sul, onde as pesquisas colocam o ex-presidente com cerca de 30 pontos percentuais à frente da ex-governadora.
Depois de ficar em terceiro lugar em Iowa, Haley se vê em uma situação delicada, embora prometa se manter na disputa ao menos até a primária em seu estado de origem. “Essa corrida ainda está longe de terminar”, afirmou a pré-candidata. “Os eleitores da Carolina do Sul não querem uma coroação, eles querem uma eleição. E nós vamos lhes proporcionar isso.”
Haley, no entanto, enfrentará obstáculos significativos, como o fato de alguns dos grandes doadores às campanhas republicanas e outros pré-candidatos derrotados declararem apoio a Trump. Após terminar em um distante segundo lugar em Iowa, o governador da Flórida, Ron DeSantis, desistiu da corrida e declarou apoio ao ex-presidente.
“Não fico bravo, me vingo”
As primárias ocorrem em todos os 50 estados americanos. Dessa vez, porém, é possível que a candidatura republicana já seja definida até o mês de abril.
Após a vitória, Trump criticou sua adversária por supostamente não admitir a derrota, dizendo que ela “fracassou terrivelmente”, e previu uma vitória fácil na Carolina do Sul. O ex-presidente disse que os Estados Unidos são um “país falido” e culpou os migrantes ilegais, que afirmou serem oriundos de prisões e hospitais psiquiátricos, de estarem “matando o nosso país”. Em um discurso raivoso, ele prometeu se vingar dos adversários que o traíram. “Eu não fico bravo demais, eu me vingo”, destacou.
Paralelamente à campanha, Trump enfrenta uma série de desafios na Justiça. O ex-presidente enfrenta um processo por fraude empresarial, assim como acusações de tentar reverter o resultado das eleições de 2020, de armazenar ilegalmente documentos confidenciais em sua mansão e falsificar relatórios financeiros relacionados ao pagamento pelo silêncio de uma atriz pornô com quem teria tido um caso extraconjugal.
Biden também vence em New Hampshire
Nesta terça-feira o presidente Joe Biden, venceu as primárias do Partido Democrata em New Hampshire mesmo sem ter formalmente concorrido. Os democratas do estado decidiram realizar a votação contrariando o comitê nacional do partido. Apesar de simbólico, o resultado serviu como um impulso à pré-candidatura de Biden.
“Está claro que Trump será o indicado republicano”, disse o presidente ao discursar em um evento em defesa do direito ao aborto no estado da Virginia. “Minha mensagem ao país é que os riscos não poderiam ser maiores – nossa democracia, nossas liberdades pessoais, desde o direito de escolha até direito de votar”, afirmou.
rc/cn (AFP, EFE)