19/04/2024 - 9:32
A descoberta de uma nova espécie de dinossauro sugere que tais animais, ou ao menos o grupo dos caenagnatídeos, não estavam indo rumo à extinção antes de a Terra ser atingida por um asteroide há cerca de 65 milhões de anos. O novo espécime foi distinguido do Anzu, conhecido como “galinha do inferno” e que integra os caenagnatídeos, após a análise de fósseis encontrados na formação Hell Creek, na Dakota do Sul, Estados Unidos. As informações são da revista Discover.
+ Filhote de orangotango ameaçado de extinção nasce de cesária nos EUA
+ Crânio de ‘monstro marinho’ de 150 milhões de anos quebra recorde no Guinness
Ao fim dos anos 70, foram iniciadas as discussões de que os dinossauros já estavam em declínio quando ocorreu a extinção, já que havia uma menor variedade de espécies encontradas no fim do período Cretáceo. A tese indicaria que o asteroide que acertou a Terra teria sido apenas o estopim para o desaparecimento dos animais.
Acontece que encontrar novos dinossauros se torna difícil pela raridade de encontrar restos em bom estado devido a inúmeros fatores do processo de fossilização. Entretanto, a descoberta de uma nova espécie pode indicar que ao menos o grupo dos caenagnatídeos possuía diversidade no final do Cretáceo.
Uma equipe de pesquisadores da Universidade do Oklahoma analisou o fêmur, a tíbia e dois metatarsos que cientistas acreditavam ser um Anzu juvenil que datava dos últimos dois milhões do Cretáceo. Até então, a espécie conhecida como “galinha do inferno” era a única do grupo dos caenagnatídeos.
O Anzu é conhecido como “galinha do inferno” por ter bicos sem dentes, pernas grandes, asas que não serviam para voo e um corpo coberto de penas, pesando entre 200 e 350 quilogramas. Apesar do nome, não se sabe exatamente a dieta da espécie, acredita-se que eles eram onívoros, se alimentando de vegetais e pequenos animais.
Após cortarem os ossos analisados no meio e observarem os anéis dos fósseis, similares aos que são observados em troncos de árvores e podem auxiliar na determinação da idade de um animal, pesquisadores constataram que o espécime não era um Anzu juvenil, mas sim um dinossauro diferente que integra o grupo dos caenagnatídeos. O nome de Eoneophron infernalis foi dado à nova espécie.
Com isso, os cientistas decidiram conferir os ossos de animais do mesmo grupo que foram atribuídos ao Anzu e encontraram mais uma espécie. Os caegnatídeos agora tem a “galinha do inferno”, um espécime de tamanho médio, com o peso de um ser humano, e um pequeno cujas proporções se assemelham às de um pastor alemão.
A descoberta sugere que o grupo não estava em declínio, o que pode indicar que os dinossauros também rumavam à extinção até o asteroide.