18/05/2024 - 10:50
Tribunal russo determina que mais de 200 milhões de euros em ativos do Deutsche Bank no país sejam confiscados. Decisão vem após banco retirar garantias para construção de usina que seria operada por empresa russa.Um tribunal de São Petersburgo ordenou que os ativos de vários bancos na Rússia sejam confiscados, incluindo os do Deutsche Bank, o maior banco da Alemanha. A decisão foi revelada por documentos datados de 16 de maio divulgados neste sábado (18/05).
A determinação faz parte de uma ação judicial movida por uma empresa de energia russa, a RusKhimAlians, em resposta à decisão do Deutsche Bank de retirar suas garantias para a construção de uma usina de processamento de gás que seria operada pela companhia.
O contrato para a construção dessa usina havia sido assinado com a empresa industrial Linde e a construtora turca Renaissance Heavy Industries. O Deutsche Bank, por sua vez, era um dos credores garantidores para a construção.
Mas depois que os Estados Unidos e a União Europeia (UE) impuseram sanções à Rússia em resposta à invasão da Ucrânia, o Deutsche Bank e outras instituições retiraram suas garantias. A Linde, por sua vez, informou à RusKhimAlians que interromperia o projeto.
Em reação, a RusKhimAlians, cuja metade pertence à gigante russa do gás Gazprom, processou o banco alemão, justificando que já havia pagado adiantamentos à Linde para que a usina fosse construída.
O que o tribunal decidiu?
O tribunal de São Petersburgo ordenou a apreensão de até 238,6 milhões de euros em títulos, imóveis e contas bancárias do Deutsche Bank, sua subsidiária russa e seu centro de tecnologia. A soma representa apenas parte dos ativos do banco na Rússia.
“Precisaremos ver como essa reivindicação será implementada pelos tribunais russos e avaliar o impacto operacional imediato na Rússia”, afirmou o banco em resposta à decisão.
O Deutsche Bank também disse que se considera totalmente protegido por um acordo de compensação existente.
Em um processo separado, o tribunal de São Petersburgo ordenou a apreensão de bens, contas e propriedades pertencentes ao banco italiano UniCredit, que também era fiador do projeto da usina. A corte ainda ordenou que as ações do banco em duas de suas subsidiárias sejam confiscadas.
O UniCredit é o segundo maior banco estrangeiro em atividade na Rússia.
ek (Reuters, AFP, DPA, Interfax)