O mês passado foi o junho mais quente da história e o13º mês de recorde consecutivo de calor no planeta desde que começaram os registros, anunciou nesta segunda-feira (08/07) o Serviço Copernicus de Mudanças Climáticas (C3S), o programa de observação da Terra da União Europeia (UE).

Para os cientistas, os dados indicam que 2024 pode ultrapassar 2023como ano mais quente da história.

“Junho marca o 13º mês consecutivo de temperaturas globais recorde e o 12º mês consecutivo a exceder 1,5 ºC acima do período pré-industrial [1851-1900]”, disse o diretor do Copernicus, Carlo Buontempo. “Isto vai além de uma raridade estatística e evidencia uma mudança relevante e contínua no nosso clima”, acrescentou.

Além das emissão de gases que provocam o efeito estufa causadas pelo homem, os especialistas apontam que o fenômeno El Niño, condição climática que aquece o Pacífico central, também colaborou para o recorde.

A temperatura média do ar na superfície da Terra em junho foi de 16,66 ºC, o que representa 0,14 ºC acima do recorde anterior, registrado em junho de 2023, e 0,67°C acima da média do período de 1991 a 2020 para o mês de junho.

No período de julho de 2023 a junho de 2024, a temperatura global ficou 1,64 ºC acima da média pré-industrial, de acordo dados do Copernicus.

Mais calor no sudeste da Europa

Segundo o relatório, as temperaturas foram particularmente altas no sudeste da Europae na Turquia. Já a Europa Ocidental, Islândia e noroeste da Rússia registraram maior umidade e calor abaixo da média, “com fortes precipitações que levaram a inundações em regiões da Alemanha, da Itália, da França e da Suíça”, diz o texto.

Fora da Europa, as temperaturas no mês passado ficaram mais altas em lugares como Brasil, Canadá, EUA, México, Oriente Médio, norte da África e Antártica.

Na Arábia Saudita, 1.301 pessoas morreram durante o Hajj, a peregrinação anual a Meca, por causa do forte calor, com temperaturas que chegaram a ultrapassar 50 °C.

O serviço climático Copernicus da União Europeia publica regularmente dados sobre a temperatura da superfície da Terra, cobertura de gelo marinho e precipitação. As informações são baseadas em análises geradas por computador que incorporam bilhões de medições de satélites, navios, aeronaves e estações meteorológicas em todo o mundo.

(dpa, Lusa, Reuters)