15/07/2024 - 16:07
Pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências publicaram um estudo na “The Innovation”, no dia 30 de junho, sugerindo que um musgo de deserto conhecido como Syntrichia caninervis poderia ser utilizado na colonização de Marte. De acordo com os cientistas, testes apontaram que a planta consegue sobreviver a temperaturas de -196ºC, níveis altos de radiação gama e a falta de água, o que se adequa ao ambiente do “planeta vermelho”.
De acordo com os pesquisadores, o musgo é capaz de tolerar condições piores do que as de outros microrganismos que vivem em ambientes extremos, como os tardígrados. Aos cientistas, a planta pode representar um candidato para a colonização de locais extraterrestres, estabelecendo as bases para a construção de habitats. As informações são do “Science Daily”.
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O Syntrichia caninervis está distribuído ao redor da Terra e pode ser encontrado em ambientes desérticos como o Tibete e a Antártida. Foi sabendo da resiliência do musgo que os pesquisadores resolveram testar em laboratório as condições toleradas por ele.
Foi utilizado o Centro de Simulação de Atmosferas Planetárias da Academia Chinesa de Ciências para emular as condições de Marte. Para isso, foi inserida uma composição de 95% de CO2, temperaturas que flutuam dos -60ºC aos 20ºC, altos níveis de radiação ultravioleta e baixa pressão atmosférica.
Nestas condições, musgos secos previamente obtiveram uma taxa de regeneração de 100% cerca de 30 dias após estarem sujeitos ao ambiente que simula Marte por um, dois, três e sete dias.
Além disso, as plantas foram colocadas em um freezer de -80ºC por três e cinco anos e em um tanque de nitrogênio líquido a -196ºC por 15 e 30 dias.
Em todos os casos, o musgo se regenera depois de descongelado. Ainda, a tolerância contra radiações gama chegou aos 500 Grays. Para comparação, aos 50 Grays um ser humano já estaria experimentando convulsões severas e, posteriormente, a morte.