Coalizão composta por três partidos negociou por meses – de um lado, os verdes e sociais democratas queriam expandir mais os gastos, mas austeridade fiscal do Partido Liberal Democrático prevaleceu.Os ministros alemães concluíram nesta quarta-feira (17/07) uma minuta do orçamento federal para 2025, com um pacote que pretende impulsionar o crescimento econômico e frear gastos.

O documento foi concluído após semanas de negociação entre membros da coalizão composta por três partidos que governa a Alemanha, sob o comando do chanceler federal social-democrata Olaf Scholz.

Cifras e investimentos

O orçamento total para 2025 é de 480,6 bilhões de euros (aproximadamente 2,9 trilhões de reais), cerca de 8 bilhões de euros a menos do que a cifra deste ano. Apesar disso, o Ministério das Finanças da Alemanha alocou 78 bilhões de euros (466,4 bilhões de reais) para investimentos – um nível recorde.

O Ministro das Finanças, o liberal Christian Lindner, prevê novos empréstimos de 43,8 bilhões de euros (261,9 bilhões de reais), valor inferior ao deste ano.

Os social-democratas e os verdes, de centro-esquerda, propuseram empréstimos mais altos. Mas a equipe de Lindner, alinhada ao Partido Liberal Democrático e defensora de um orçamento mais austero, resistiu e prevaleceu.

O nível de gastos e empréstimos tem sido um dos principais pontos de atrito no governo de coalizão de três partidos do país há meses.

Em um vídeo publicado por seu ministério, Lindner disse que um orçamento equilibrado só seria possível “restringindo o apetite dos políticos por gastos governamentais cada vez maiores”.

Entretanto, o orçamento não é tão parcimonioso quanto alguns esperavam, com a maioria dos setores do governo recebendo mais dinheiro do que no ano passado, incluindo os ministérios dos transportes, do interior, da família, da defesa, das relações exteriores e da educação.

Também haverá aumento nos pagamentos às famílias, mais investimentos em jardins de infância e mais dinheiro para a proteção climática.

Como a Alemanha planeja impulsionar o crescimento?

“Com nossa iniciativa de crescimento, estamos dando um importante impulso à política econômica para tornar a Alemanha mais atraente como local de negócios”, disse Lindner.

“O novo espaço de manobra no orçamento só pode ser criado por meio de mais crescimento econômico. Para isso, precisamos aumentar nossa competitividade e fortalecer nosso poder de inovação”, acrescentou.

A coalizão quer reduzir a burocracia e aliviar o ônus dos altos preços da eletricidade para as empresas com uso intensivo de energia.

Os funcionários receberão mais incentivos para trabalhar mais e por mais tempo, e as horas extras serão isentas de impostos e contribuições sociais.

As vantagens fiscais têm o propósito, entre outras coisas, de atrair trabalhadores estrangeiros qualificados para a Alemanha e de promover pesquisa e desenvolvimento.