22/07/2024 - 16:01
O pesquisador franco-italiano Emanuele Arioli irá lançar no Brasil o livro intitulado de “Segurant, o Cavaleiro do Dragão”, no dia 31 de julho. A obra é baseada no manuscrito medieval de um romance que conta a história de Segurant – um cavaleiro do rei Artur que é assombrado por um dragão – e foi encontrado pelo paleógrafo na Biblioteca do Arsenal, em Paris, na França.
O romance que conta a história do cavaleiro ficou perdido durante sete séculos. Entretanto, o texto, que era intitulado de “As Profecias de Merlin” e pertenceu ao Cardeal de Richelieu, terminava em uma frase incompleta, o que fez Arioli ir a bibliotecas de outros seis países para conseguir reconstruir a obra. As informações são da “Galileu”.
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No romance, Segurant é um cavaleiro descrito como o mais vitorioso de seu tempo que teria sido enfeitiçado pelas fadas Morgana e Sibila a ir em uma caçada contra um dragão que, na realidade, seria uma imagem ilusória criada por demônios para enganar os sentidos humanos, conforme clérigos medievais. O antídoto para tal mal seria o Santo Graal, cálice que contém o sangue de Jesus Cristo.
A lenda da Távola Redonda, composta pelos cavaleiros do rei Artur, não contava com a presença de Segurant em sua origem, com o personagem ilustrando histórias relativas ao Ciclo Arturiano apenas no século XIII, após aparição em um romance de autoria desconhecida.
Desaparecimento de Segurant
De acordo com Arioli, o texto fez grande sucesso por mais 100 anos na Europa Ocidental, passando por reescritas e continuações. Entretanto, no século XV, um copista retirou Segurant e o dragão da história. Desde então, o enredo que conta a história do cavaleiro foi esquecido.
Segundo o pesquisador, uma das hipóteses para o desaparecimento de Segurant é de que no século XIII, as coletâneas de episódios possuíam um sucesso maior do que as histórias completas, fazendo com que manuscritos reescritos contenham apenas trechos do enredo. Além disso, incêndios acidentais ou propositais podem ter destruído os materiais originais.
Outra possibilidade gira em torno da Igreja Católica, que poderia ter proibido a história durante a Contrarreforma.
Publicação de livros
Durante uma década de pesquisas, foram encontrados 28 trechos da história em bibliotecas da Itália, Suíça, Bélgica, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos. O enredo possibilitou que Arioli fizesse a obra, além de um livro infantil, que também será publicado no Brasil em 31 de julho, e uma história em quadrinhos.