25/07/2024 - 14:48
Pesquisadores do IAA (Autoridade de Antiguidades de Israel – em tradução) descobriram uma estrutura de três mil anos que corrobora com passagens bíblicas que descrevem a topografia de Jerusalém. Durante 150 anos, arqueólogos buscaram determinar se a área era dividida em dois, como indica o livro religioso. Agora, foi encontrado um fosso que separava a região residencial da cidade, ao sul, e a “cidade alta”, ao norte.
O fosso é descrito em dois livros da Bíblia e foi construído há cerca de três mil anos na Cidade de Davi, uma das mais antigas da história. A estrutura possui nove metros de profundidade, 30 de largura, pelo menos 70 de comprimento e com “penhascos” perpendiculares que a tornam intransponível. As informações são do “Daily Mail”.
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De acordo com o IAA, os achados confirmam que o fosso já separava as duas regiões da cidade durante a Idade do Ferro, período em que os livros Reis e as escrituras de Samuel foram feitas para descrever a Cidade de Davi.
Em Reis I, é descrito que o rei Salomão seria o responsável pela construção da estrutura. “Não se sabe quando o fosso foi confeccionado originalmente, mas evidências sugerem que ele foi usado por séculos quando Jerusalém era a capital do Reino de Judá”, informou Yiftah Shalev, da IAA, acrescentando que o monumento separava a área residencial da acrópole, local alto em que estava construído um templo e um palácio.
Conforme a entidade, a criação do fosso foi de larga escala e a estrutura serviu para demonstrar o poder dos governantes de Jerusalém àqueles que se aproximassem da cidade.
A Cidade de Davi está no sítio arqueológico conhecido como “Givati Parking Lot” e o fosso foi encontrado pela primeira vez pela arqueóloga Kathleen Kenyon, em 1960, que, na época, acreditava ser uma formação natural. Entretanto, os pesquisadores perceberam que se tratava de uma continuação da estrutura, que se curvava para outra direção.
Apesar de a data da construção do fosso ser desconhecida, Shalev presume que tenha ocorrido na Idade do Bronze, há cerca de 3.800 anos, já que as técnicas disponíveis para elaboração de tal projeto costumam ser associadas a este período.
Ao professor Yuval Gadot, diretor de escavações do Departamento de Arqueologia e Culturas do Oriente Próximo Antigo da Universidade de Tel Aviv, a descoberta é “dramática”. “Renova a discussão sobre os termos da literatura bíblica que se referem à topografia de Jerusalém”, pontuou o pesquisador.