Um estudo publicado na revista “Nature” nesta segunda-feira, 7, apontou que os seres humanos podem estar se aproximando do limite da expectativa de vida. O levantamento analisou a métrica entre 1990 e 2019 em países como Austrália, França, Itália, Hong Kong, Japão, Coreia do Sul, Espanha, Suécia e Suíça, descobrindo que a taxa de crescimento da longevidade desacelerou com o tempo. As informações são do “The New York Times”.

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Conforme a pesquisa, dados dos Estados Unidos da América também foram coletados, apesar de o país ter uma expectativa de vida mais baixa. O único território analisado em que a métrica não teve uma desaceleração foi Hong Kong.

O levantamento indica que, após décadas de crescimento, por conta de grandes avanços tecnológicos na área da saúde, o ser humano pode estar chegando ao limite da sua expectativa de vida média.

“Estamos sugerindo que, o quanto vivemos agora é praticamente o máximo que poderemos alcançar”, pontuou o professor de epidemiologia e bioestatística da Universidade de Illinois, nos EUA, Jay Olshansky. O especialista prevê que a expectativa de vida irá se estabilizar em torno dos 87 anos, uma média que vários países já estão perto de atingir.

A expectativa de vida aumentou durante o século XX e alguns pesquisadores estimaram que o número continuaria se elevando com os avanços tecnológicos. O demógrafo James Vaupel sugeriu que a maior parte das crianças nascidas no século XXI chegaria aos 100 anos de idade.

Entretanto, conforme o estudo publicado na segunda-feira, é improvável que tal previsão se concretize, já que uma porcentagem cada vez maior das pessoas morre em faixas de idade comprimidas ao invés de se tornarem centenárias.

Desde 1990, Olshansky sugere que a expectativa de vida possui um limite e, mais de 30 anos depois, o pesquisador sustenta que seu novo trabalho respalda a hipótese com dados concretos.

Conforme o estudo, embora a medicina tenha permitido que seres humanos possuam expectativa de vida alta em determinados locais, superar as idades de 70, 80 e 90 anos será difícil. De acordo com os pesquisadores, se todas as mortes antes dos 50 anos fossem eliminadas, a longevidade aumentaria apenas um ano para as mulheres e um ano e meio para os homens.

Ou seja, mesmo caso as mortes decorrentes de doenças comuns ou acidentes, as pessoas ainda viriam a óbito em decorrência do envelhecimento. “Ainda temos a função declinante dos órgãos internos e sistemas que tornam praticamente impossível para esses corpos viverem muito mais do que vivem agora”, comentou Olshansky.

O estudo foi criticado por outros pesquisadores, apontando que a expectativa de vida pode ser muito influenciada por mortes precoces e que seria recomendado observar a idade em que a maioria das pessoas morre.