24/10/2024 - 6:42
Em 2022 e 2023 quase 80 mil crianças nasceram a menos que o esperado, apontam pesquisadores. Número de nascimentos no ano passado foi 13% menor que em 2021. No Leste do país, queda foi de 17,5%.O Instituto de Pesquisas Econômicas (Ifo) afirmou em um novo relatório divulgado nesta quarta-feira (23/10) que a Alemanha está registrando um declínio acentuado na taxa de natalidade, com os estados federais no Leste do país sendo os mais afetados.
Os pesquisadores do think tank econômico sediado em Munique citaram uma série de razões por trás do declínio da taxa de natalidade, incluindo a pandemia de covid-19 e a guerra na Ucrânia.
Além disso, a alta inflação fez com que “as famílias jovens adiassem o nascimento de filhos por enquanto”, disse o pesquisador Joachim Ragnitz.
Quase 80 mil crianças a menos
“No geral, quase 80 mil crianças a menos nasceram em 2022 e 2023 do que seria esperado”, disse Ragnitz.
Ragnitz é um especialista em mudanças demográficas baseado da filial do Ifo em Dresden, que estudou a tendência no Leste da Alemanha. Ele afirma que a taxa de natalidade “mudou enormemente nos últimos três anos”.
A taxa de natalidade, ou o número médio de filhos que nascem de uma mulher durante sua vida, caiu de 1,58 filhos por mulher em 2021 para 1,35 atualmente.
Declínio desproporcional no Leste
Em 2023, nasceram 693 mil crianças, o que representa quase 13% menos crianças do que as nascidas em 2021.
O estudo observou um declínio desproporcional na taxa de natalidade, 17,5%, nos estados do Leste, que faziam parte da antiga Alemanha Oriental.
Os pesquisadores afirmaram ser impossível saber se a mudança se deveu a alterações permanentes ou temporárias no planejamento familiar.
“Os políticos deveriam monitorar esses desenvolvimentos mais de perto, também para evitar possíveis decisões erradas ao expandir creches e escolas”, disse Ragnitz.
Nos anos de 2011 a 2016, a taxa de fertilidade da Alemanha aumentou de 1,39 para 1,59 devido, em parte, a melhores condições gerais para famílias com filhos, assim como à chegada de famílias de imigrantes com taxas de fertilidade mais altas.
md (Reuters, KNA, EPD)