Pesquisadores da Northwestern University em Evanston, Illinois, nos EUA, foram responsáveis por criar e testar um novo aplicativo que busca aumentar as chances dos usuários terem sonhos lúcidos. Normalmente, os especialistas rastreiam no ciclo do sono no estágio REM, em que esse tipo de experiência é mais provável. Porém, a análise mostra que esses novos meios podem proporcionar “sonhos lúcidos caseiros”.

Para dar início a experiência, os usuários devem ouvir um som específico antes de dormir – uma série de bipes – e praticar a associação dessa melodia com a ação de descansar. Seis horas depois, o programa toca o mesmo tom com a intenção de reativar a autoconsciência na pessoa adormecida, persuadindo-a a ficar lúcida no meio de seu sonho. Padrões sonoros e sensoriais deste tipo estão provando, cada vez mais, serem eficazes na indução de sonhos lúcidos.

O artigo publicado no periódico “Science Direct”, descreve que o primeiro teste, contou com 19 pessoas que utilizaram o software durante todas as noites em uma semana. Antes de utilizar o “Lucid Experiment” o grupo relatou uma média de 0,74 sonhos lúcidos, depois do uso isso aumentou para uma média de 2,11. “Esse é um aumento realmente grande para sonhos lúcidos, a ocorrência de um deles por semana já é expressiva”, explicou Karen Konkoly, neurocientista cognitiva graduada na Northwestern.

Contudo, o primeiro experimento não deixava claro a conexão do aplicativo com o aumento – muitos acreditavam que a consciência do experimento pudesse estar alterando os resultados dos usuários. Por essa razão os cientistas conduziram uma segunda análise com 112 pessoas.

Todos os participantes ouviram sons que acionavam a lucidez, novamente, enquanto dormiam na primeira noite. Mas no segundo dia, o programa, sem o conhecimento dos usuários, mudou sua tática – apenas 40 pessoas ouviram os sons do enquanto dormiam. Outras 35 ouviram melodias que não estavam vinculadas ao primeiro bipe que intrigava a lucidez – os últimos 37 não ouviram nenhum som durante a noite.

Como resultado: no primeiro dia, 17% dos participantes relataram ter sonhos lúcidos. Já na segunda noite, as pessoas que ouviram normalmente o primeiro sinal mantiveram essa taxa de sonhos lúcidos. Mas apenas 5% das pessoas nos outros dois grupos tiveram sonhos lúcidos — o que sugere que as dicas sonoras realmente estavam  conectadas a eficácia do aplicativo.