08/11/2024 - 16:15
Um estudo publicado na “Biology Letters” na quarta-feira, 6, apontou que o metabolismo de animais da espécie de morcego-vampiro-comum (Desmodus rotundus) é mais parecido com o de moscas que se alimentam de sangue do que com o de outros mamíferos.
Durante experimentos, pesquisadores colocaram um espécime em uma esteira e foi constatado que o ser vivo utiliza proteínas do sangue consumido para conseguir energia. As informações são do “Science News”.
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Conforme os pesquisadores, os morcegos da espécie não gostam de voar e preferem correr pelo chão para atacar bovinos, cavalos e outros mamíferos no intuito de se alimentarem do sangue dos animais. Dessa forma, foi possível colocar um espécime em uma esteira adaptada e fazer com que ele se movimentasse para que o “combustível” usado no movimento fosse identificado.
Segundo o estudo, 60% do dióxido de carbono que os animais exalam durante um exercício veio de combustíveis metabolizados diferentes de carboidratos ou gorduras, algo comum para os mamíferos.
Ao invés disso, os morcegos usavam energia proveniente de uma refeição rica em proteínas de sangue de vaca, já que os gases liberados pelo espécime continham vestígios de aminoácidos.
Ainda, a proporção entre oxigênio usado e dióxido de carbono exalado se manteve estável enquanto os pesquisadores aumentavam a velocidade da esteira, o que também é um indicador de que os morcegos não fazem esforço como outros mamíferos, já que há uma variação entre os gases a depender da intensidade do exercício.
A variação da proporção entre oxigênio usado e dióxido de carbono exalado ocorre em mamíferos por conta da troca de lipídios como combustível, por carboidratos. De acordo com os pesquisadores, a descoberta indica que o metabolismo dos morcegos é mais similar ao de uma mosca tsé-tsé ou de mosquitos, algo inédito aos animais da classe.
A dieta do morcego-vampiro-comum é pobre nos nutrientes que permitem a maioria dos mamíferos a acumular seus estoques de lipídios utilizados como combustível. Portanto, a especulação dos pesquisadores é que, ao longo do tempo, os animais deixaram de depender da habilidade de usar subprodutos do açúcar e da gordura para ter energia.
Apesar da evolução, a dependência em aminoácidos dos animais os deixa mais suscetíveis à fome.