Cientistas examinaram novamente os corpos preservados encontrados nas ruínas de Pompéia, batizados com o nome “As duas donzelas”. Até o momento, o par era visto como irmãs ou mãe-filha, porém as novas investigações sugerem que os escombros possam ter sido dois amantes.

O Instituto Max Planck de Frankfurt, na Alemanha, foi o responsável por apresentar as novas análises de DNA que indicaram que um dos indivíduos, ou possivelmente ambos, eram na realidade homens – a descoberta desafia todas as informações que já eram conhecidas sobre os restos. O formato em que foram encontrados – abraçados – após a erupção do Monte Vesúvio há mais de dois mil anos foi o que cativou a atenção dos pesquisadores.

A revelação não determina com clareza a natureza do vínculo, mas os pesquisadores não descartam a possibilidade de haver uma relação romântica ali, o que pode gerar novos debates sobre as relações antigas e como as dinâmicas de gênero funcionavam na época. O DNA afirma com certeza que uma das figuras, antes uma mulher, é geneticamente comprovada ser um homem. O achado genético fez os especialistas questionarem tudo o que já conheciam dos artigos arqueológicos, e redobrarem a atenção em sua possível relação romântica.

O superintendente do sítio arqueológico de Pompeia, Massimo Osanna, afirmou que a possibilidade deles serem amantes da época não pode ser excluída até mais evidências serem confirmadas.

“Tal descoberta vai contra a visão tradicional de gênero e unidades familiares de pessoas antigas de Pompeia”, completou David Reich, um dos autores do estudo.

Embora ainda haja muito debate, as certezas sobre o relacionamento dos escombros permanecem desconhecidas até o momento. Um dos chefes da investigação, professor Stefano Vanacore, reforçou que a conexão entre os dois não pode ser totalmente apurada, já que ainda é impossível desvendar o resto de sua história. Contudo, as novas revelações ressaltam as questões complexas sobre gênero e relacionamentos sociais antigos.