Um artista forense sueco recriou o rosto de restos mortais de uma suposta vampira, descoberta em um cemitério europeu. A equipe do arqueólogo Dariusz Polinski, da Universidade Nicolas Copernicus, encontrou o esqueleto em Pien, Polônia, em 2022 – com base nas pesquisas forenses os restos estavam enterrados desde o século XVII.

Os especialistas descobriram que o esqueleto era feminino e estava enterrado com uma foice sobre o pescoço e um cadeado preso ao pé – práticas de proteção antigas que a impedia de voltar ao mundo. Ela foi apelidada de Zosia, com idade estimada de 18 a 20 anos, e fazia parte do grupo com mais de 50 sepultamentos atípicos encontrados na região – indicador de que as comunidades locais tinham rituais “anti vampíricos” e relacionados à vida pós morte muito presentes.

Segundo o arqueólogo que a encontrou, o ferro dos objetos atrelados aos restos é mais uma identificação de crenças de proteção. Além disso, eles observaram que o cemitério, usado por cerca de quatro gerações, contém muitos sepultamentos com rituais atrelados e não documentados. “Deter mortos era uma prática comum. Embora Zosia se enquadre como ‘retornante’, o conceito de vampiro só foi documentado oficialmente em 1720”, explicou Martyn Rady, especialista em história da Europa Central, à CNN.

No leste europeu, algumas comunidades acreditavam que após a morte as pessoas poderiam voltar como vampiros, um sinal de ameaça de espalhar doenças. Os rituais eram mais ligados a casos de morte por suicídio, em circunstâncias incomuns ou suspeitas e para aqueles que tenham sido possuídos por espíritos.

A descoberta inspirou Oscar Nilsson, o artista forense sueco, a reconstruir uma possível imagem da mulher falecida. Ele utilizou a estrutura do crânio e o DNA dos restos para facilitar a criação da imagem. Com base nas análises genéticas, Zosia pode ser de origem escandinava e ter sido membro da elite da época, os objetos de seu túmulo – com tecidos de fio de prata e ouro – são os indicadores de seu antigo status. O artista começou o processo com uma impressora 3D, para criar um modelo do crânio, e depois esculpiu o resto do rosto com argila.