21/11/2024 - 18:00
O telescópio DESI (Dark Energy Spectroscopic Instrument), construído no Observatório Nacional Kitt Peak, no Arizona, EUA, mapeou como quase seis milhões de galáxias se aglomeraram durante 11 bilhões de anos. Os testes realizados são os mais detalhistas e endossam a Teoria Geral da Relatividade de Albert Einstein.
O novo estudo, conduzido pelo Dr. Pauline Zarrouk e sua equipe, revelou que a gravidade se comporta conforme o previsto pela teoria de Einstein. “Estudar a taxa de formação das galáxias nos permite testar diretamente nossas teorias e, até agora, estamos nos alinhando com o que a relatividade geral prevê em escalas cosmológicas”, explicou Zarrouk, cosmologista do CNRS e do Laboratório de Física Nuclear e de Altas Energias.
No artigo, os especialistas explicam que o resultado valida o modelo de Universo e limita muitas teorias da gravidade modificada – frequentemente apresentadas como alternativas para explicar a expansão acelerada atribuída à energia escura. “A matéria escura compõe cerca de um quarto do Universo, e a energia escura compõe outros 70%, e não sabemos realmente o que é nenhuma delas”, explicou Mark Maus, aluno de doutorando no Berkeley Lab e na Universidade da Califórnia, Berkeley, EUA.
Em abril deste ano, o DESI já tinha realizado o maior mapeamento do universo em 3D até o momento, e indicado que a energia escura pudesse estar evoluindo ao longo do tempo. Este primeiro estudo também analisou uma característica específica da aglomeração de galáxias, a BAO (oscilações acústicas bariônicas). A nova observação ampliou o conhecimento sobre a distribuição das galáxias e da matéria no espaço, além de fornecer restrições precisas sobre a massa dos neutrinos, as únicas partículas fundamentais cuja massa ainda não havia sido medida.
A análise exigiu meses de trabalho redobrado e verificações cruzadas, fazendo com que os especialistas utilizassem uma técnica para esconder os resultados até que eles estivessem completos – para que nenhuma vertente fosse favorecida.
“Ao comparar a evolução da distribuição de matéria no Universo com previsões existentes, incluindo a teoria da relatividade geral de Einstein e teorias concorrentes, estamos realmente estreitando as possibilidades em nossos modelos de gravidade”, explicou Zarrouk.
A Colaboração DESI compartilhou todos os resultados, que já foram utilizados em diferentes investigações.
