Cientistas da Universidade de Edimburgo e da Universidade de Genevieve, na Suíça, criaram uma nova fórmula para calcular a possibilidade de existir vida inteligente extraterrestre – a nova conta apresenta apenas 23% de probabilidade de vida inteligente na galáxia humana. O estudo foi publicado no periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society em novembro deste ano.

A pesquisa sugere que a evolução dos planetas e as formações estelares podem se combinar silenciosamente para construírem a próxima geração de vida inteligente – para conseguir determinar as questões ligadas a essa existência a equipe criou um modelo teórico baseado na Equação de Drake, usada pela primeira vez em 1960.

O projeto calcula a expansão do universo e foi utilizado anteriormente na pesquisa sobre “civilizações avançadas existirem em nossa galáxia”. Esse fenômeno se deve à energia escura que compõe mais de dois terços no universo e impulsiona sua ampliação, causando o surgimento de novas galáxias e aglomerados que podem se unir e formar estrelas e planetas com potencial de vida, que ainda não conhecemos. “Entender a energia escura e o impacto em nosso Universo é um dos maiores desafios da cosmologia e da física fundamental”, reforçou Daniele Sorini, pesquisadora principal do estudo e cientista do Instituto de Cosmologia Computacional da Universidade de Durham.

A equipe ressalta no artigo que não usou os cálculos para determinar o número de formas de vida inteligentes no universo – eles estimaram a probabilidade delas existirem. A pesquisa também levou em conta que as formas de vida alienígenas que ainda não existem, devem aparecer com o andamento dos anos, mas sem estimativas de quando elas devem surgir.

O estudo previu que a probabilidade de vida inteligente se desenvolver em universos fora do que os humanos estão inseridos é de cerca de 27% apenas. “Será emocionante empregar o modelo para explorar o surgimento da vida em diferentes universos e ver se algumas questões fundamentais que nós fazemos sobre nosso próprio universo devem ser reinterpretadas”, comentou o professor Lucas Lombriser, da Universidade de Genevieve e coautor do estudo.

“Não posso dar um número ou uma porcentagem de chance de encontrar vida inteligente neste estágio, pois o modelo é apenas um passo no processo. Deveríamos ser capazes de dar um número mais preciso no futuro. Não estamos restringindo quando a vida poderia surgir no passado, presente ou futuro”, explicou Sorini. Os resultados da investigação surpreenderam os cientistas da área, já que as respostas contrastam negativamente com as estimativas anteriores.

Em uma análise complementar, em 2016, a Universidade de Rochester, em Nova York, nos EUA, usou a mesma Equação de Drake para tentar encontrar respostas para “se os humanos na Terra são a única espécie tecnológica que já existiu” – eles descobriram que as chances de uma civilização se desenvolver em outro planeta habitável ainda são menores que uma em 10 trilhões.

Mesmo com números baixos, Adam Frank, professor de física e astronomia da Universidade de Rochester e coautor do estudo publicado em 2016, explicou que: “Uma chance em um trilhão implica que o que aconteceu aqui na Terra com a humanidade ocorreu de fato cerca de 10 bilhões de outras vezes ao longo da história cósmica”.