Uma nova pesquisa, publicada no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences, revela sete novos cometas escuros. A análise dos cosmos pode ajudar os especialistas a determinar se eles auxiliaram no transporte de elementos vitais para a Terra. Os objetos celestes, ainda misteriosos, se assemelham a asteroides, mas voam como cometas sem cauda.

A ocorrência também demonstrou que eles não são raros, como pensado anteriormente. Em 2023, os astrónomos já tinham identificado os primeiros sete exemplares, mas sua origem e comportamento ainda não estavam claros. No início do estudo, a única informação concreta era que o objeto foi o primeiro a ter como origem um local fora do sistema solar.

“Cometas escuros são uma nova classe de objetos próximos à Terra que podem conter água, então eles são uma nova fonte potencial para entregar materiais à Terra que eram necessários para o desenvolvimento da vida. Quanto mais pudermos aprender sobre eles, melhor poderemos entender seu papel na origem do nosso planeta”, explica Darryl Seligman, autor primário do estudo e pesquisador de pós-doutorado em física e astronomia na Michigan State University, East Lansing.

As novas aparições permitiram que os cientistas classificassem os flutuantes em grupos específicos – as novas diferenças observadas foram a peça chave para divisão das populações. Cometas escuros internos, podem ser encontrados dentro do sistema solar interno – o que abrange a Terra, Vênus, Marte e Mercúrio – e se movem em órbitas circulares ao redor do sol. Além de serem menores em diâmetro, sua origem pode ter sido no cinturão principal de asteroides, entre Marte e Júpiter.

O segundo grupo, nomeado cometas escuros externos, possui circunferência maior e órbitas ovais, fatores que indicam que eles podem ter surgido nas regiões externas ao sistema solar, além de Júpiter.

As próximas investigações focam em descobrir se os visitantes apresentam camadas de gelo, já que esse pode ser o maior indício de que sua presença ajudou a evolução primária da Terra. Os pesquisadores também buscam entender por que eles são tão pequenos e giram tão rapidamente.

A sonda espacial Hayabusa 2 da Agência de Exploração Aeroespacial do Japão deve se encontrar com um dos cometas escuros em 2031, como parte de sua missão estendida.