A Nasa, agência espacial americana, anunciou nesta terça-feira, 7, que traçou duas novas estratégias para trazer amostras de Marte coletadas pelo rover Perseverance de volta até a década 2030. De acordo com o órgão, uma revisão de um conselho independente apontou que os dados só seriam trazidos de 2031 para 2040 em um projeto que custaria 11 bilhões de dólares (cerca de R$ 67,4 bilhões).

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Para Bill Nelson, o administrador da Nasa, o atraso era “simplesmente inaceitável”, e agora a agência espera conseguir reduzir o custo e a duração da missão. Os planos envolvem o método de “guindaste voador”, usado na entrada e descida dos rovers de Marte, ou da elaboração de um módulo de pouso para “veículos de carga pesada” pela SpaceX ou Blue Origin. As informações são da “CNN Science”.

O rover Perseverance está em Marte desde fevereiro de 2021 e coletou amostras da cratera Jezero, local de um antigo lago ou delta de um rio do planeta vermelho. Os dados podem ser uma das únicas maneiras de determinar se o planeta já abrigou vida.

Em abril, a Nasa pediu para que parceiros elaborassem um plano de retorno do Perseverance de forma mais simplificada e econômica. Foram analisados estudos e duas novas opções foram selecionadas. “Uma é alavancar a tecnologia que foi usada anteriormente para pousar o Perseverance e a outra é de avaliar opções da indústria”, pontuou Nelson.

Os módulos de pouso enfrentam dificuldade na atmosfera de Marte por ela ser espessa o suficiente para queimar uma estrutura que não esteja com um escudo térmico protetor, além de não ser possível depender de um paraquedas para desacelerar e criar uma aterrissagem segura.

No método de “guindaste voador”, um módulo é responsável por prender o rover durante a entrada, descida e pouso, baixando o robô até a superfície. A aterrissagem do Perseverance foi feita desta forma em 2021.


Ilustração do Perseverance pousando em Marte com um “guindaste voador”. (Crédito: Nasa/Wikimedia Commons/Domínio Público)

As estratégias atualmente propostas podem trazer as amostras do Perseverance de volta até 2035 ou 2039, com custos que variam de 5,5 bilhões a 7,7 bilhões de dólares.

Há a ideia de que um veículo seja carregado com as amostras coletadas pelo Perseverance e decole até o orbitador da agência espacial europeia que está em Marte. Em seguida, o orbitador retornaria para a Terra e deixaria as cápsulas de amostras do rover.

A Nasa optou por uma volta direta das amostras, ao invés de colocá-las na órbita da Lua, o que exigiria que outro veículo fosse buscá-las. A maior diferença entre as duas opções analisadas pela agência é o mecanismo de pouso.