Durante a gestação, acontece uma troca intensa de material entre a mãe e o bebê por meio da placenta.  É assim que a mãe transfere nutrientes, hormônios e outros componentes essenciais pro desenvolvimento do feto.

O que você pode não saber é que também existe a transferência de células e material genético entre eles. Nesse caso, o fluxo é muito mais intenso do bebê para a mãe.

Essas células do bebê podem se integrar ao corpo da mãe em tecidos como coração, fígado e até o cérebro, permanecendo por anos ou até por toda a vida. Esse processo é conhecido na ciência como “microquimerismo fetal”.

O lado bom é que as células do bebê podem ajudar a reparar tecidos e proteger contra certas doenças, inclusive aumentando as chances de a mulher sobreviver a um câncer. Há quem diga até que é por isso que mulheres vivem mais do que homens.

Por outro lado, essas mesmas células podem estar ligadas a doenças autoimunes ou aumentar a chance de inflamações.  E isso tudo pode afetar não só a mãe, mas também os próximos filhos que ela venha a ter.

Ou seja, se você tem irmãos mais velhos, provavelmente carrega material genético deles no seu corpinho. E pode carregar também material dos seus tios, que foi passado da sua vó pra sua mãe.

E, como metade do DNA de um bebê vem do genitor, material genético do pai da criança pode viver dentro da mãe para todo o sempre.

O “microquimerismo fetal” ainda é um fenômeno que precisa ser estudado mais a fundo. Mas é mais uma evidência de como uma gravidez muda uma mulher para o resto da vida.