A sismóloga do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), Susan Hough, resolveu pesquisar as luzes geradas por terremotos depois de se deparar com o livro “Haunted Summerville”. Após ler o caso e conversar com os residentes, Hough publicou um artigo tentando esclarecer como os “espíritos” podem ser somente uma reação à um abalo sísmico.

A obra literária descreve uma esfera brilhante vista por moradores na década de 1960 nos arredores de uma ferrovia abandonada – o que os fez acreditar que fosse algo sobrenatural. Apesar de muitos acreditarem na presença de fantasmas, a busca por explicações cientificamente comprovadas é inevitável.

Com isso em mente, a pesquisadora seguiu tentando compreender e explicar como as aparições podem ter sido originadas a partir das mudanças causadas pelo terremoto.

“O problema com as luzes de terremoto é que você não consegue pegá-las em ação. Elas são passageiras e não são capturadas por nenhum dos instrumentos que colocamos para fora”, explica Hough, à Revista Discover.

O estudo de Yuji Enomoto, um sismólogo japonês da Universidade Shinshu, ofereceu uma base ainda maior para os apontamentos da pesquisadora. Ele escreve que as luzes de terremotos poderiam resultar das interações químicas de gases liberados pelo subsolo, como o radônio e o metano.

Embora as descobertas sejam promissoras, nem todos os especialistas concordam. John Ebel, sismólogo da Universidade de Boston e historiador de terremotos da Costa Leste, acredita que se fossem associadas a pequenos acontecimentos, os flashes seriam vistos em mais lugares.

A Falha de San Andreas, na Califórnia, por exemplo, consegue induzir diversos pequenos abalos todos os dias, portanto essa seria uma das regiões em que os feixes de luz seriam observados diariamente – o que não acontece.

A investigação ainda precisa passar por mais testes físicos que comprovem suas hipóteses, para então ser considerada verídica, esclarecendo de forma científica a aparição dos “fantasmas”.