Um raio-x vindo de uma anã branca em um sistema estelar binário peculiar chamou atenção de astrônomos que utilizavam a sonda Einstein em 27 de maio de 2024. Uma análise do flash identificado no ano passado foi publicada pela ESA (Agência Espacial Europeia) nessa terça-feira, 18.

De acordo com os pesquisadores, o raio-x vinha da SMC (Pequena Nuvem de Magalhães – em tradução), uma galáxia próxima da Via Láctea, e era oriundo de um par de estrelas pouco usual. Se tratava de um corpo celeste com 12 vezes a massa do nosso Sol que pertence ao espectro B, o segundo mais quente, e uma anã branca 20% maior que o Sol. As informações são do site “Space”.

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Uma estrela pode sobreviver por centenas de milhões de anos antes de se tornar uma anã branca. Acontece que uma estrela com 12 vezes a massa do Sol deveria explodir em uma supernova em apenas 20 milhões de anos, portanto, como astros de idades tão diferentes poderiam orbitar um ao outro.

A hipótese dos astrônomos é que as estrelas estão compartilhando material, agindo como “vampiras” uma da outra. A ideia é que, originalmente, o sistema estelar continha dois corpos celestes com massas seis e oito vezes maiores que a do Sol.

Quanto maior uma estrela, menor é o seu tempo de vida, então o astro de oito massas solares teria entrado na sua fase tardia e começado a se tornar gigante, o que fazia as camadas exteriores do corpo celeste teriam se tornarem vulneráveis para serem “roubadas” pela gravidade da outra estrela.

A estrela de seis massas solares começou a pegar o material da companheira eventualmente crescendo para 12 massas solares, enquanto o que sobrou do outro astro se tornou uma anã branca.

Agora, a anã branca está “roubando” a estrela de 12 massas solares e, quando o material é recebido pelo corpo celeste, a pressão e a temperatura do ponto de acreção na superfície aumentam até que ocorre uma explosão termonuclear responsável por emitir os raios-x detectados pela sonda Einstein.

A troca de materiais fez com que a estrela de 12 massas solares esteja destinada a explodir em uma supernova, enquanto a anã branca passará pelo mesmo processo caso atinja uma massa 1.44 vezes maior que a do Sol. A única chance do corpo celeste sobreviver é se o companheiro exploda primeiro.