A empresa americana Colossal Biosciences anunciou nesta terça-feira, 4, a criação de camundongos modificados geneticamente para terem um metabolismo e pelos semelhantes aos dos mamutes-lanosos, em um avanço na pesquisa da companhia que pretende trazer o animal extinto há quatro mil anos de volta à vida.

De acordo com a companhia, pesquisadores investigaram os genes de camundongos e identificaram as estruturas genéticas relativas à textura dos pelos e à velocidade do metabolismo de gorduras. As características foram alteradas em uma tentativa de permitir que os animais vivam em locais com baixas temperaturas, assim como os mamutes. As informações são da “Associated Press”.

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O resultado da edição de sete genes dos roedores foi um “camundongo-lanoso” que possui pelos maiores e dourados, além de um metabolismo lipídico acelerado. Apesar dos animais terem se desenvolvido com características diferentes das habituais, os resultados ainda não foram publicados em periódicos científicos ou revisados.

Segundo a cientista Beth Shapiro, da Colossal Biosciences, as variações editadas na pesquisa já aparecem em roedores, mas foram colocadas juntas nos espécimes. O experimento foi feito com os camundongos para, no futuro, ser conduzido com elefantes asiáticos, parentes próximos dos mamutes que hoje estão ameaçados de extinção.

Para Christopher Preston, especialista em Vida Selvagem e Meio Ambiente da Universidade de Montana, alterar genes de espécimes atuais não é “ressuscitar” animais extintos. “Você pode alterar o padrão dos pelos de um elefante asiático ou adaptá-lo para o frio, mas isso não é trazer de volta um mamute-lanoso”, explicou.

Projetos da Colossal Biosciences

Além do mamute-lanoso, a empresa americana pretende “reviver” espécies de animais extintas como o lobo-da-tasmânia e a ave dodô. As pesquisas da companhia começaram em 2021 e, em março deste ano, criaram as primeiras células-tronco de elefante que podem ser transformadas em qualquer tecido do corpo dos animais.

A descoberta pode contribuir com o processo de “de-extinção” dos mamutes, que desapareceram há cerca de 4 mil anos. Além disso, a análise do material permite fazer uma comparação entre os espécimes extintos e os atuais elefantes-asiáticos, já que tais animais também estão ameaçados, conforme a IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza – em tradução).

O chefe da Colossal Biosciences, Ben Lamm, declarou em uma entrevista à “Sky News” que há 100% de confiança na possibilidade de trazer de volta o lobo-da-tasmânia, o dodô e o mamute-lanoso. A ideia é obter os genes que dão aos animais extintos suas características e replicá-los usando o DNA de um parente que está vivo.

Após os animais serem “revividos”, o projeto espera que possam ser realocados em seus habitats originais. Entretanto, há a possibilidade de os novos espécimes não se adaptarem ou se comportarem com os seus antepassados, já que os mamutes não teriam como aprender a agir como um.

*Com informações da Deutsche Welle