13/03/2025 - 20:10
Membros de organização judaica de esquerda ocuparam saguão de edifício que abriga sede do conglomerado do presidente americano. Ato foi organizado em protesto contra prisão de ativista palestino.Cerca de 100 pessoas foram detidas nesta quinta-feira (13/03) durante uma manifestação liderada por uma organização judaica de esquerda que ocupou a Trump Tower, em Nova York, em protesto contra a prisão do ativista pró-palestino Mahmoud Khalil, um aluno de pós-graduação Universidade de Columbia.
Os manifestantes denunciaram o governo do presidente Donald Trump por justificar a prisão de Khalil como uma ação necessária para combater o antissemitismo.
“O sequestro de Mahmoud não tem nada a ver com a segurança dos judeus. O governo Trump acredita que pode sufocar a dissidência e retirar direitos constitucionais. Conhecemos essa estratégia. Nós nos recusamos a permitir que eles sequestrem nossos vizinhos em nosso nome”, escreveu o grupo Jewish Voice for Peace na rede social X (ex-Twitter).
Em determinado momento, a polícia da cidade chegou à Trump Tower e prendeu 98 pessoas. Enquanto os policiais as levavam algemadas para um ônibus da cidade, elas continuavam a gritar pela liberdade de Khalil e dos territórios palestinos.
“Como judeus, estamos assumindo o controle da Trump Tower para demonstrar nossa rejeição em massa (à prisão de Khalil). Não ficaremos parados enquanto esse regime fascista tenta criminalizar os palestinos e todos aqueles que exigem o fim do genocídio do povo palestino perpetrado pelo governo israelense e financiado pelos EUA. Nunca deixaremos de lutar por uma Palestina livre”, acrescentou.
Os manifestantes, vestindo uma camiseta vermelha onde se lia “Não em nosso nome”, ocuparam o saguão do edifício, que abriga a sede da Organização Trump e onde o presidente manteve sua residência oficial até se mudar de Nova York em 2019.
Um dos líderes dos protestos pró-palestinos que ocorreram na Universidade de Columbia em 2024 e residente permanente nos EUA, Khalil foi detido por agentes de migração no saguão do prédio onde mora, de propriedade da unidade de ensino, quando chegava de uma visita a um amigo com sua esposa, cidadã americana grávida de oito meses.
Khalil foi levado para um centro de detenção de migrantes na Louisiana sem que tenha sido acusado de algo, embora o presidente Trump o tenha apontado em suas redes sociais como um “estudante estrangeiro radical pró-Hamas” e alertado que essa é a primeira de muitas prisões que virão, seguindo sua ordem executiva contra atividades antissemitas.
Na segunda-feira passada, um juiz suspendeu temporariamente a deportação do estudante palestino, que teve sua permissão de residência permanente revogada.
jps (EFE, ots)