24/03/2025 - 15:40
Um estudo divulgado nesta terça-feira, 18, sugeriu que a energia escura, força responsável pela expansão do universo, não é constante e sua intensidade pode variar ao longo do tempo. A descoberta respalda as hipóteses de que o universo poderia eventualmente se contrair e colapsar em si mesmo. As informações são do “Daily Mail”.
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A pesquisa foi elaborada por meio de observações do Desi (Instrumento Espectroscópico de Matéria Escura — em tradução), do Observatório Nacional de Kitt Peak, no Arizona (EUA). O equipamento é capaz de capturar a luz de cinco mil galáxias diferentes ao mesmo tempo, permitindo a criação do maior e mais detalhado mapa do universo.
Com base em uma comparação do mapa com outras medidas, como a Radiação Cósmica de Fundo em Micro-ondas — calor remanescente do Big Bang — foi possível constatar que a expansão do universo e a força da energia escura não são constantes.
Desde o Big Bang, há 13,8 bilhões de anos, o universo está se expandindo e, segundo Albert Einstein, esse crescimento se deve a uma força chamada de energia escura. O modelo de cosmos que compreendemos sugere que essa energia é constante, mas as descobertas do estudo contrariam essa visão.
“Parece cada vez mais que precisaremos modificar nosso modelo padrão de cosmologia para fazer com que esses diferentes conjuntos de dados façam sentido juntos”, comentou o professor Will Percival, co-porta-voz do Desi e astrônomo de Universidade de Waterloo.
Segundo Willem Elbers, que participou do estudo e integra o Instituto de Cosmologia Computacional da Universidade de Durham, a descoberta pode mudar “tudo o que sabemos sobre o universo”. “Durante décadas, confiamos em um modelo padrão, mas nossos novos dados sugerem que a energia escura pode estar evoluindo ao longo do tempo”, comentou.
As descobertas do estudo tornam possível que o destino final do universo seja o “Big Crunch”, um conceito de que, em algum momento, a força da gravidade será maior do que a da energia escura, fazendo com que o cosmos se contraia e se transforme em uma densa e quente “bola de fogo” em que toda matéria, vida, tempo e espaço seriam destruídos.