09/04/2025 - 16:59
A startup britânica Pulsar Fusion pretende desenvolver um foguete chamado Sunbird, projetado para utilizar a fusão nuclear como método de locomoção, algo que possibilitaria a espaçonave a atingir uma velocidade de 805 mil quilômetros por hora, o que poderia reduzir pela metade a duração de uma viagem a Marte.
A fusão nuclear ocorre quando dois núcleos de átomos se combinam para formar um, algo que ocorre em estrelas como o Sol e é almejado há décadas por pesquisadores que tentam repetir tal processo na Terra. As informações são da “CNN Science”.
+ Nasa quer testar foguete movido a energia nuclear até 2027
+ Foguete orbital alemão cai segundos após lançamento em voo teste
Apesar de ainda estarmos relativamente distantes do futuro em que uma fusão nuclear é produzida na Terra, pesquisadores da Pulsar Fusion acreditam que repetir o processo no espaço pode acontecer até 2027, e seria útil para viagens espaciais.
A startup, que recebe investimentos da UK Space Agency, desenvolveu o conceito do Sunbird, um foguete que está nos estágios iniciais de produção — devendo ficar pronto em 2027 — e ficaria em órbita para se anexar a espaçonaves no intuito de transportá-las, operando de forma semelhante às bicicletas urbanas.
Quando ocorre uma fusão nuclear, é liberada uma quantidade de energia quatro milhões de vezes maior do que no uso de combustíveis fósseis, além de não precisar de materiais radioativos, como a fissão nuclear.
Apesar disso, para realizar uma fusão nuclear é preciso simular condições similares às do núcleos de estrelas, com temperatura e pressão extremamente altas. No espaço, a reação que alimenta o processo poderia ocorrer em um plasma, um gás quente e eletricamente carregado.
De acordo com os pesquisadores, diferentes de reatores da Terra, que são circulares para evitar que as partículas escapem, a ideia do Sunbird é utilizá-las para impulsionar a espaçonave. Ainda, seria empregado um combustível chamado hélio-3 para produzir prótons, que podem ser usados na propulsão.
Para Richard Dinan, CEO da Pulsar Fusion, o processo realizado na Sunbird seria muito caro para a Terra, já que o objetivo não é fazer energia. Mesmo assim, a fusão nuclear no foguete poderia economizar gastos com combustíveis, reduzir o peso de espaçonaves e chegar ao destino muito mais rápido.
“Idealmente, você teria uma estação em algum lugar perto de Marte, e uma na órbita da Terra, e os Sunbirds simplesmente iriam e voltariam”, ponderou Dinan. Segundo o CEO da startup, o protótipo entregue em 2027 deve custar 70 bilhões de dólares e não será um “Sunbird completo”, apenas um “experimento de fusão linear”.
Conforme Dinan, o primeiro Sunbird concluído iria estar disponível apenas quatro a cinco anos depois.