O Observatório Heller & Jung registrou uma chuva de meteoros durante a madrugada desta terça-feira, 22, por meio de câmeras de monitoramento posicionadas em Taquara (RS) – cidade localizada na região metropolitana da capital gaúcha. A imagem mostra uma sobreposição de todos os meteoros captados durante a noite.

De acordo com o professor Carlos Fernando Jung, que é responsável pelo observatório, o fenômeno é a chuva de meteoros Líridas que ocorre por conta da passagem da Terra por detritos deixados pelo cometa C/1861 G1 Thatcher.

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“Os meteoros Líridas se caracterizam por serem rápidos e brilhantes como no registro efetuado na imagem”, contou o professor nas redes sociais, acrescentando que o observatório utilizou 20 câmeras para conseguir captar as gravações dos objetos apesar da presença de neblina e umidade durante a madrugada.

O fenômeno ocorre todos os anos entre os dias 14 e 30 de abril e é um dos mais antigos já registrados pela humanidade. O evento, visível a olho nu em áreas de pouca poluição luminosa, deve alcançar sua maior intensidade por volta das 2h (horário de Brasília).

Segundo o astrônomo Marcelo De Cicco, parceiro do Observatório Nacional e coordenador do projeto Exoss, especializado no monitoramento de meteoros, o ponto de maior atividade ocorre justamente quando o radiante da chuva — área de onde os meteoros parecem surgir — atinge a posição mais elevada no céu.

Apesar das melhores condições para observar a chuva terem sido durante a madrugada da terça, De Cicco relembrou as condições para os meteoros serem vistos nos outros dias. “Em locais escuros, longe das luzes da cidade e com baixa interferência da lua, será possível ver até 18 meteoros por hora. Basta olhar para o quadrante norte, próximo à estrela Vega”, explicou.

Para quem não possui bússola, o astrônomo recomenda um truque simples: “Estenda o braço direito para onde o Sol nasce [Leste] e o esquerdo para onde ele se põe [Oeste]. Assim, você estará voltado para o Norte, direção ideal para acompanhar a chuva.”

Além do espetáculo visual, as chuvas de meteoros têm valor científico. Estudá-las ajuda pesquisadores a mapear a densidade de detritos no espaço e a compreender melhor a origem e a evolução do Sistema Solar. As informações também são úteis para proteger satélites e sondas espaciais em órbita.

*Com informações da Agência Brasil