11/08/2025 - 11:07
Dois estudos conduzidos com idosos na Suécia apontaram que centenários conseguem viver tanto por serem menos propensos a desenvolver problemas cardiovasculares e condições neuropsiquiátricas. Uma das pesquisas, publicada neste mês na “The Lancet”, analisou 30 anos de registros de saúde de 274.108 pessoas nascidas na Suécia entre 1920 e 1922 a partir de quando elas completavam 70 anos.
De acordo com os estudos, conduzidos por um grupo de pesquisadores internacional, a longevidade é resultado de um padrão de envelhecimento em que doenças graves são mais raras ou totalmente evitadas. As informações são do “Daily Mail”.
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Em ambas as pesquisas, foram usados registros de saúde para comparar pessoas que chegaram aos 100 anos com as que morreram antes disso. Foram observados casos de derrame, câncer, infarto e doenças neurológicas para entender se centenários tinham mais resistência às enfermidades ou as evitavam.
O primeiro estudo, publicado em agosto de 2024, analisou os registros de saúde de 170.787 pessoas nascidas em Estocolmo, na Suécia, entre 1912 e 1922. Os pesquisadores observaram os documentos de pacientes dos 60 anos de idade até a morte, ou até quando completavam 100 anos.
Foi constatado que centenários tinham menos doenças na terceira idade. Um dos exemplos é que, aos 85 anos, apenas 4% dos que sobreviveram até os 100 anos tinham passado por um AVC.
Outro dado é que aos 100 anos, apenas 12,5% dos centenários tinham sofrido com um infarto.
Com base nessas informações, foi elaborado o segundo estudo, publicado neste mês. A análise incluiu 40 problemas de saúde que variavam de leves a graves, como hipertensão e diabetes.
Das 274,1 mil pessoas analisadas, apenas 4.330 chegaram aos 100 anos de idade. Os resultados foram similares. No geral, centenários desenvolveram menos doenças na velhice, com uma resiliência a condições neuropsiquiátricas como a depressão e a demência.
Na maioria dos centenários, as doenças apareceram mais tarde na vida, com um declínio de saúde mais lento e gradual nos últimos anos.
A pesquisadora Karin Modig, epidemiologista do Instituto Karolinska, na Suécia, envolvida nos estudos, explicou que centenários são de grande interesse porque podem conter a “chave” para entendermos como viver mais e com qualidade de vida.
“Isso mostra que é possível envelhecer mais lentamente do que o normal — e desafia a crença comum de que uma vida mais longa inevitavelmente traz mais doenças”, ponderou a pesquisadora.
Apesar da análise mostrar uma resiliência dos centenários, as razões disso são desconhecidas. Pode ser resultado de vantagens genéticas, hábitos de vida saudáveis e fatores ambientais, ou até uma combinação dos três.