Um estudo publicado em 9 de julho na “Science Advances” apontou que fósseis de microrganismos encontrados em rochas na cratera North Pole Dome, localizada em um deserto ao noroeste da Austrália, podem ajudar na busca por sinais de vida em Marte. A colisão do meteorito com a área teria acontecido entre 1,2 bilhão e 1,8 bilhão de anos atrás.

A pesquisa, conduzida por uma equipe liderada por Alec Brenner, da Universidade de Yale, em Connecticut (EUA), indicou que as rochas da cratera abrigam alguns dos fósseis de microrganismos mais antigos do planeta. Os seres vivos que ficaram marcados nas pedras viviam em piscinas hidrotermais e mares rasos. As informações são da “Science News”.

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Durante observações em 2023 em North Pole Dome, Brenner percebeu a presença de rochas chamadas de “cones de estilhaço”, que se formam com a onda de um impacto.

As pedras foram mapeadas e foi possível determinar que a cratera, hoje erodida, tinha 16 quilômetros de diâmetro e foi gerada pela colisão de um meteorito que tinha entre um e dois quilômetros de diâmetro.

Apesar da cratera não existir mais, os resultados da colisão do meteorito com a Terra ainda são perceptíveis. As pedras possuem minerais de titânio raros que registraram a alta pressão do impacto e são parecidas com as rochas de Marte.

Conforme Brenner, as rochas do North Pole Dome são as mais parecidas que podemos encontrar na Terra com as pedras que estavam na superfície de Marte há três ou quatro bilhões de anos. Na época, o planeta vermelho passou por um período com água que pode ter permitido o surgimento de vida.

A cratera Jezero pode ter sido um lago há bilhões de anos e já foi explorada pelo rover Perseverance, da Nasa, agência espacial americana. A sonda perfurou as rochas do local e coletou sete sedimentos que serão analisados quando trazidos de volta à Terra.

As descobertas de Brenner podem ajudar os cientistas a não se confundirem na busca por sinais de vida no planeta vermelho. Isso porque muitas rochas na superfície de Marte foram alteradas pelo calor ou impacto de meteoritos, o que pode fazer fósseis de microrganismos se ofuscarem ou criar estruturas que se parecem com fósseis, mas não são.