20/08/2025 - 15:57
Continente registrou 27 surtos de chikungunya e 335 de febre do Nilo Ocidental neste ano. Mudanças climáticas contribuem para um “novo normal”, afirma agência de saúde da UE.A Europa vem registrando temporadas de transmissão de doenças causadas por mosquitos mais longas e mais intensas, sobretudo no que diz respeito a casos de chikungunya e de febre do Nilo Ocidental.
O continente teve neste ano um número recorde de surtos dessas doenças, e a agência de saúde da União Europeia (UE) alerta que as mudanças climáticas estão contribuindo para um “novo normal” do fenômeno.
Essa mudança é impulsionada por fatores climáticos e ambientais, como aumento das temperaturas, verões mais longos, invernos mais amenos e mudanças nos padrões de precipitação, que se combinam para criar um ambiente favorável para os mosquitos se proliferarem e transmitirem vírus, afirmou o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês).
“A Europa está entrando em uma nova fase, em que a transmissão mais longa, disseminada e intensa de doenças transmitidas por mosquitos está se tornando o novo normal”, disse a diretora do ECDC, Pamela Rendi-Wagner.
Surtos em alta
O mosquito que pode transmitir o vírus chikungunya, o Aedes albopictus, também conhecido como mosquito-tigre-asiático, está agora estabelecido em 16 países europeus e 369 regiões, contra apenas 114 regiões há uma década, informou o ECDC.
A Europa registrou 27 surtos de chikungunya até agora em 2025, um novo recorde para o continente.
Pela primeira vez, foi relatado um caso adquirido localmente na região da Alsácia, na França, “uma ocorrência excepcional nessa latitude, o que sublinha a contínua expansão do risco de transmissão para o norte”, afirmou a agência.
Até 13 de agosto, oito países europeus haviam relatado 335 casos humanos adquiridos localmente de infecção pelo vírus do Nilo Ocidental e 19 mortes, sendo a Itália o país mais afetado, com 274 infecções.
É o maior número de casos da doença no período em três anos, afirmou o ECDC, lembrando que o pico sazonal é previsto para agosto ou setembro.
“À medida que o panorama das doenças transmitidas por mosquitos evolui, mais pessoas na Europa estarão em risco no futuro”, disse Celine Gossner, chefe da seção de doenças transmitidas por alimentos, água e vetores e zoonóticas do ECDC.
A prevenção é mais importante do que nunca, tanto por meio de ações coordenadas de saúde pública quanto de medidas de proteção pessoal, disse ela.
O ECDC pediu às pessoas nas áreas afetadas que se protejam contra picadas de mosquito usando repelente, vestindo mangas compridas e calças e usando telas nas janelas e mosquiteiros nas camas.