Uma pesquisa científica aponta que o uso de anticoncepcionais hormonais pode interferir nos padrões de atração e de relacionamento das mulheres. O estudo observou como a pílula altera a preferência por parceiros com base em fatores genéticos ligados à sobrevivência da espécie.

Pílula e atração: o uso de contraceptivos hormonais pode alterar a preferência de mulheres por determinados parceiros.

Fator genético: sem o uso da pílula, mulheres no período fértil tendem a se atrair por homens com um genoma mais distinto do seu, o que favorece a variabilidade genética da prole.

Mecanismo hormonal: ao elevar os níveis de progesterona, a pílula simula um estado de gravidez, fazendo com que a atração se volte para homens com genoma mais semelhante.

Impacto no relacionamento: a interrupção do método contraceptivo pode levar a uma diminuição da atração sexual pelo parceiro, caso o relacionamento tenha começado durante o uso do hormônio.

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Para chegar a essa conclusão, os cientistas realizaram um experimento no qual voluntárias em seu período fértil foram convidadas a sentir o odor de camisetas usadas por diferentes homens. Foi constatado que, sem o uso do contraceptivo, a mulher demonstra maior atração por homens cujo genoma é mais diferente do seu.

Segundo os pesquisadores, essa preferência é um mecanismo evolutivo. O objetivo do corpo é garantir a continuidade da espécie, e quanto maior a diversidade de genes da prole, maiores são as chances de sobrevivência.

Ocorre que a pílula, por meio da elevação dos níveis de progesterona, simula um estado de gravidez no organismo. Nesse cenário, a procriação deixa de ser o foco principal, e as usuárias do contraceptivo passam a se sentir mais atraídas por homens com um genoma parecido com o seu.

O problema apontado pela pesquisa é que a semelhança genômica está associada a uma menor atração sexual. Por essa razão, mulheres que iniciam um relacionamento enquanto tomam a pílula e, posteriormente, interrompem o seu uso, apresentam maior probabilidade de perder o interesse sexual no parceiro e se sentirem atraídas por outros homens.

Os cientistas ressaltam que essa mudança não está ligada à falta de afeto, mas a um impulso biológico que busca a variabilidade genética para a sobrevivência da espécie. É fundamental notar que os experimentos foram conduzidos em ambiente de laboratório e que os relacionamentos na vida real são influenciados por múltiplos fatores.

Ainda assim, a pesquisa contribui para demonstrar que a influência da pílula no corpo feminino vai muito além dos efeitos colaterais já conhecidos.