17/09/2025 - 14:13
Se proposta for aprovada por maioria dos países membros, bloco deve impor tarifas comerciais sobre produtos israelenses e ministros de extrema direita terão bens congelados e serão proibidos de viajar pela UE.A União Europeia apresentou nesta quarta-feira (17/09) seu plano mais duro até agora para pressionar Israel a encerrar a guerra em Gaza, em um momento crítico de intensificação dos ataques – com tanques, drones e tropas israelenses avançando cada vez mais no território palestino, devastado por 23 meses de guerra.
A alta representante da União Europeia para Exterior e Segurança, Kaja Kallas, apresentou uma proposta para restringir o comércio com Israel e impor restrições a colonos israelenses e a dois ministros israelenses de extrema direita: o da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, e o das Finanças, Bezalel Smotrich. A medida também vale para dez líderes do grupo extremista palestino Hamas.
“Quero ser muito clara: o objetivo não é punir Israel. O objetivo é melhorar a situação humanitária em Gaza”, disse Kallas. “A guerra precisa acabar. O sofrimento deve acabar, e todos os reféns devem ser libertados.”
A União Europeia é o maior parceiro comercial de Israel e tem sido criticada por não pressionar o país governado por Benjamin Netanyahu a pôr fim à guerra. Ainda não se sabe se haverá uma maioria dos 27 Estados-membros a favor das medidas propostas por Kallas.
Se as sanções passarem, tarifas no valor de cerca de 230 milhões de euros (R$1,4 bilhão) serão aplicadas a 37% dos produtos israelenses importados para a UE. As sanções congelariam ainda todos os ativos na Europa das pessoas citadas e proibiriam viagens dentro da UE.
Na semana passada, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que a UE suspenderia os repasse de fundos a Israel e que o órgão executivo do bloco estava trabalhando em novas medidas.
Aproximadamente 32 milhões de euros (R$ 201 milhões) em fundos bilaterais controlados pela Comissão Europeia seriam imediatamente suspensos.
Reação de Israel
Na terça-feira, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, disse que a suspensão de certas vantagens comerciais pela UE era “desproporcional” e “sem precedentes”.
Em carta enviada à presidente da Comissão Europeia, afirmou que Israel irá resistir à campanha europeia.
“A pressão por meio de sanções não funcionará. O Estado de Israel é uma nação soberana orgulhosa e não nos deixaremos intimidar por ameaças enquanto a segurança de Israel estiver em risco.”
Ele afirmou ainda que quaisquer medidas contra Israel “prejudicariam os próprios interesses da Europa”.
sf/md (AP, RT)