Um brilho tênue e invisível a olho nu é constantemente emitido por todos os seres vivos, cessando apenas no momento da morte. Um estudo publicado na revista científica PLoS One detalha a origem desse fenômeno, conhecido como biofotoluminescência, conectando-o diretamente aos processos metabólicos fundamentais para a manutenção da vida.

A pesquisa, conduzida por cientistas japoneses do Instituto de Tecnologia de Tohoku, explica que essa luz é um subproduto de reações químicas que ocorrem dentro das células. O processo é gerado por radicais livres, especificamente espécies reativas de oxigênio (ROS), que interagem com moléculas como lipídios e proteínas. Essa interação cria moléculas instáveis que, ao se decomporem, liberam energia na forma de partículas de luz, os fótons.

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Esse brilho, cerca de mil vezes menos intenso do que o limiar da percepção do olho humano, é uma forma de quimioluminescência, a mesma reação que permite a vaga-lumes e a criaturas marinhas brilharem, porém em uma escala drasticamente menor.

O estudo aponta que a intensidade da luz emitida por uma pessoa flutua ao longo do dia, atingindo o pico no final da tarde, o que reflete as variações do nosso relógio biológico e do ritmo metabólico. A pesquisa utilizou câmeras ultrassensíveis capazes de detectar fótons únicos para capturar imagens dessa emissão em voluntários.

A descoberta fundamental é que essa emissão de luz é um indicador direto da atividade metabólica. Como o metabolismo cessa completamente com a morte, a produção de radicais livres e as reações químicas associadas param de ocorrer. Consequentemente, a emissão de biofótons se extingue, marcando um limite bioquímico claro entre a vida e a morte.