Presidente americano alertou que, caso contrário, “o inferno se abaterá como nunca antes” sobre o grupo islâmico palestino.O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (03/10) que concedeu ao Hamas um prazo até o próximo domingo, às 18h no horário de Washington (19h em Brasília), para aceitar o plano de paz que o republicano propôs para a Faixa de Gaza, caso contrário, ele alertou que “o inferno se abaterá como nunca antes” sobre o grupo islâmico palestino – considerado uma organização terrorista pela UE e os EUA, entre outros países.

Trump apresentou seu plano inicialmente a líderes e autoridades de Egito, Indonésia, Jordânia, Arábia Saudita, Turquia, Paquistão, Catar e Emirados Árabes Unidos, à margem da Assembleia Geral da ONU na semana passada.

Os mediadores Catar e Egito compartilharam o plano de 20 pontos com o Hamas na noite de segunda-feira, depois que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, compareceu ao lado de Trump na Casa Branca e endossou o documento, dizendo que ele atendia aos objetivos de guerra de Israel.

Plano propõe governo de transição

O plano propõe o fim imediato da guerra, a libertação dos reféns do Hamas e a formação de um governo de transição para Gaza que seria supervisionado pelo presidente americano e pelo ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair.

“Um acordo com o Hamas deve ser alcançado até as 18h. Todos os países assinaram o acordo! Se esse acordo de última chance não for alcançado, o inferno se abaterá, como ninguém jamais viu antes, sobre o Hamas”, escreveu Trump na sua plataforma Truth Social.

O mandatário afirmou que a maioria dos combatentes do Hamas “está cercada e militarmente encurralada”, esperando que ele dê a ordem para executá-los.

Trump pediu para que os habitantes das áreas onde os membros do Hamas estão localizados “deixem imediatamente essa zona de morte em potencial para áreas mais seguras em Gaza”.

“Última chance”

O líder republicano acrescentou, no entanto, que o Hamas tem “uma última chance” para aceitar o plano de Washington, que, segundo ele, já foi aceito pelas “grandes, poderosas e ricas nações do Oriente Médio”.

Trump exigiu que o Hamas aceite o plano e “liberte todos os reféns, incluindo os corpos dos mortos, já”.

Mohammed Nazzal, membro do gabinete político do Hamas, disse em uma entrevista à emissora catariana Al Jazeera que o grupo responderia “em breve” à proposta do presidente dos EUA. “Estamos em contato com os mediadores e os partidos árabe e islâmico, e levamos muito a sério a ideia de chegar a um acordo”, explicou. “Anunciaremos nossa posição em breve.”

Na terça-feira passada, Trump disse que o grupo tinha “três ou quatro dias” para responder.

O plano também prevê a desmilitarização da Faixa de Gaza e a possibilidade de negociação de um Estado palestino no futuro, algo que Netanyahu, no entanto, descartou.

md (EFE, AFP, Reuters)