04/10/2025 - 15:53
A tumba do faraó Amenhotep 3º, em Luxor, foi reinaugurada após ficar 20 anos em reforma. Monarca governou o Antigo Egito entre 1390 e 1350 a.C.A tumba do faraó Amenhotep 3º, que reinou sobre o Antigo Egito entre 1390 e 1350 a.C., foi aberta ao público neste sábado (04/10), na cidade egípcia de Luxor.
A tumba milenar, uma das maiores do Vale dos Reis, estava sob risco de ruir e ficou 20 anos em reforma. Especialistas japoneses lideraram os trabalhos de restauração, divididos em três fases.
Trata-se de um projeto “incrivelmente delicado, porque a tumba estava sofrendo uma deterioração severa”, segundo o chefe do Conselho Supremo de Antiguidades, Mohamed Ismail Khaled.
O que se sabe sobre a tumba do faraó Amenhotep 3º
A tumba possui um corredor em declive de 36 metros de comprimento e 14 metros de profundidade sob o Vale dos Reis. Há uma câmara principal de sepultamento para o rei e outras duas câmaras para as rainhas Tiye e Sitamun.
Diferentemente de outras tumbas antigas no Vale dos Reis, ela não está totalmente decorada, informou Ismail – o sítio histórico foi descoberto em 1799, durante o domínio napoleônico, e seu conteúdo, inclusive o sarcófago, acabaram saqueados ao longo dos anos.
O sítio histórico fica em uma colina no lado ocidental do rio Nilo, na margem oposta à cidade de Luxor, e é “decorado com pinturas murais que figuram entre as mais belas dentre as que sobreviveram nas tumbas reais da 18ª Dinastia”, segundo a missão do Japão na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Os murais exibem Amenhotep 3º com um grupo de deuses antigos egípcios, e a câmara de sepultamento contém inscrições de cenas do Livro dos Mortos – uma coleção de feitiços para guiar os mortos pelo submundo.
Os trabalhos de restauração mobilizaram mais de 260 especialistas, entre restauradores, pesquisadores e técnicos.
Também conhecido como Amenophis 3º, Amenhotep 3º é considerado o avô de Tutancâmon, famoso mundialmente por sua máscara funerária dourada. Seu reinado, segundo especialistas, marcou o ápice cultural e político da civilização egípcia.
O monarca assumiu o trono ainda jovem e reinou por quase quatro séculos, falecendo aos 50 anos.
Boa parte do conteúdo de sua tumba – escavada por franceses e, depois, britânicos – foi parar em museus renomados no exterior, como o Louvre de Paris e o Metropolitan Museum de Nova York. A múmia e o sarcófago do faraó estão expostos no Museu Nacional de Cairo.
A reabertura da tumba ocorre a menos de um mês da inauguração oficial do Grande Museu Egípcio próximo às Pirâmides de Gizé, prevista para 1º de novembro, e faz parte de um esforço nacional para revitalizar o turismo e atrair mais estrangeiros. O setor é vital para a economia e sofreu um forte baque com as turbulências políticas que afetaram o país a partir de 2011.
ra (AFP, AP)