Percorrer a costa oeste da Noruega é garantia de uma paisagem deslumbrante, mas pode ser demorado. Atravessar seus 1,1 mil quilômetros de extensão onde estão mais de mil fiordes – maravilhosos -, demanda atualmente 21 horas de viagem e sete travessias de balsa. O governo norueguês planeja reduzir esse tempo pela metade com um projeto inovador de US$ 40 bilhões que envolve uma estrada contínua de pontes e túneis flutuantes, previsto para ser concluído até 2050.

O plano prevê atender o deslocamento da população local, a indústria do turismo e outros fins comerciais. Afinal, o litoral desse país escandinavo concentra um terço da população de 5,3 milhões de habitantes do país escandinavo. E mais de 50% dos produtos de exportação da Noruega são originários dessa área.

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O projeto é ousado. Inclui o mais profundo e mais longo túnel rochoso do mundo – perfurado em rochas localizadas sob o fundo do mar – medindo 392 m de profundidade e 27 km de comprimento. Mas seu aspecto mais ambicioso é a construção de túneis flutuantes submersos que ficam a cerca de 30 metros sob a superfície da água.

Três pontes suspensas e cinco pontes flutuantes serão construídas. Mas essas estruturas não funcionam em todos os casos porque são suscetíveis a condições climáticas adversas, como fortes ondas e correntes. Em fiordes mais profundo do que 1 km ou mais largos que 5 km, entrariam os túneis flutuantes.

Embora tenham esse nome, esses túneis não são exatamente “flutuantes” pois ficam ancorados ao fundo do mar ou presos a pontões – estes, sim, flutuantes – que estão afastados o suficiente para permitir a passagem dos barcos. Feitos de concreto, funcionariam como túneis convencionais, transportando veículos de uma extremidade a outra de um fiorde.

Ondas e correntes a 30 metros abaixo do nível do mar são menos potentes que as da superfície. Além disso, um túnel flutuante minimiza o impacto na paisagem, já que a maior parte da infraestrutura está fora de vista. Também cria menos ruído do que o tráfego em uma ponte.

Os maiores riscos no projeto são explosões, incêndio e sobrecarga, por isso testes extensivos estão sendo realizados. Os resultados até agora, segundo a Administração Pública de Estradas Públicas da Noruega (NPRA), órgão governamental responsável pelo projeto, indicam que a constante pressão da água que envolve os túneis flutuantes reduz os danos causados ​​pelas explosões.