28/05/2019 - 16:53
Rjukan, uma cidade localizada a 3 horas a noroeste de Oslo, na Noruega, é conhecida como uma das cidades mais sombrias do mundo. Toda a Noruega vive na escuridão plena entre dezembro e janeiro (inverno, no Hemisfério Norte), assim como experimenta 24 horas de luz durante julho e agosto, com o sol da meia-noite (no verão). Mas os 3.386 habitantes de Rjukan passavam sete meses do ano, de setembro a março, sem luz solar direta por causa das montanhas que a cercam.
Para reverter essa situação, a administração municipal investiu 5 milhões de coroas norueguesas (cerca de US$ 570 mil) para instalar espelhos movidos a energia solar, que refletem a luz do sol na praça do mercado. Cada espelho um dos três tem 17 metros quadrados, que juntos somam 51 m2. Eles estão instalados a 450 metros acima da cidade, e 742 metros acima do nível do mar.
A ação recebeu algumas críticas, foi chamada de “truque” e “desperdício de muito dinheiro” por apenas uma pequena fatia de sol. Mas muitos críticos também reconhecem que a implementação desse projeto jogou luz sobre a cidade, não só sobre a sua praça principal e seus moradores, mas sobre a economia local, ao atrair mais turistas.
A ideia de espelhos que simulassem o Sol existe desde as origens do município. Foi uma sugestão do seu fundador, Sam Eyde, já em 1913. Ele entendeu a importância da luz natural e tentou criar um espelho solar, mas, à época, não teve sucesso. A proposta só foi implementada exatamente 100 anos depois, liderada por Martin Andersen, artista e morador da cidade, que a retomou em 2005, segundo o site de turismo da Noruega.
O nome da cidade vem das Cataratas de Rjukan, uma queda d’água de 104 metros que gera grande quantidade de eletricidade. Mas a energia elétrica não consegue substituir os benefícios que a luz natural têm na saúde física e emocional das pessoas, como produção de vitaminas, bem-estar e regulação do humor.