Há tempos acusado de coletar dados de seus usuários sem a devida permissão deles, o Facebook anunciou ontem uma tática diferente, de acordo com o canal por assinatura americano CNBC: o lançamento de um novo aplicativo que colherá informações sobre como as pessoas usam seus smartphones em troca de dinheiro.

Denominado Study, o app foi elaborado para fornecer ao Facebook dados sobre quais aplicativos os participantes instalam, quanto tempo ficam neles, quais recursos usam nesses softwares, em que país estão e o tipo de dispositivo e rede que estão usando.

Aparentemente, o Facebook quer dar mais transparência à relação com seus usuários, recheada de elementos polêmicos. A empresa sempre alegou empregar aplicativos para coletar informações sobre os hábitos de uso, a fim de melhorar seus próprios produtos, mas seu comportamento sempre evidenciou um conceito muito elástico de privacidade.

 

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Em 2013, o Facebook comprou o Onavo, aplicativo de segurança que permitia aos usuários acessar uma rede virtual privada para navegar na web e baixar aplicativos com mais privacidade. A rede social usou dados do Onavo para coletar informações sobre quais aplicativos eram populares e como as pessoas os estavam usando, mas jura que não colheu informações sobre usuários individuais.

Como a Apple acusou o Facebook de que o app violava novas regras sobre a privacidade do usuário, a empresa de Mark Zuckerberg retirou o Onavo da Apple Store em 2018. Em janeiro deste ano, porém, descobriu-se que o Facebook estava usando uma certificação de aplicativo da Apple para executar um programa similar ao Onavo, o Facebook Research.

Em resposta, a Apple suspendeu o Facebook de sua certificação, o que rapidamente levou os aplicativos internos de funcionários da rede social a entrar em colapso. A reação do Facebook foi parar de recrutar usuários para o Facebook Research.

Segundo o Facebook divulgou em um blog, o Study não coletará dados sobre IDs de usuários, senhas, fotos, vídeos ou mensagens, não venderá os dados colhidos nem os usará para segmentar anúncios. Mais uma vez, a empresa promete que os dados serão usados ​​para ajudá-la a criar produtos melhores.

A quantia a ser paga ao usuário do Study ainda não ficou clara, mas o Facebook promete que “qualquer um que usar o aplicativo será compensado por contribuir para a pesquisa”. Usuários residentes nos Estados Unidos e na Índia serão os primeiros a poder conhecer o app.