14/06/2019 - 15:58
Lançado em 2003 com a missão de passar cinco anos explorando o cosmos em luz infravermelha, o Telescópio Espacial Spitzer da Nasa já ultrapassou em muito seu tempo útil de vida e agora deve ser aposentado. A agência espacial americana anunciou que irá desligá-lo em 30 de janeiro de 2020.
Spitzer é um dos quatro Grandes Observatórios Espaciais da Nasa ao lado do Hubble, do Observatório de Raios Gama Compton e do Observatório Chandra de Raios-X. Revelou visões de tirar o fôlego de materiais invisíveis que rodeavam o cosmos. Spitzer ajudou a identificar onde as pistas de poeira se encontram e onde a formação de estrelas produzia pilhas de estrelas bebês. Até encontrou um novo anel de Saturno.
Também foi o primeiro telescópio a detectar diretamente um exoplaneta, captando a luz do HD 209458b em 2005. Até então, todas as detecções de exoplanetas eram indiretas, baseadas na oscilação ou no trânsito da estrela.
Spitzer é um telescópio infravermelho, e é muito sensível ao calor. Até mesmo uma minúscula quantidade de calor gerada por sua própria eletrônica ou o brilho da luz do Sol pode criar ruído em suas imagens. Por isso foi projetado para voar longe do calor da Terra, e refletir a luz solar de volta sem absorver mais energia do que precisa para se alimentar.
Mas com o tempo foi se afastando, hoje está a cerca de 600 vezes a distância entre a Terra e a Lua. Os ângulos entre o Spitzer, a Terra e o Sol mudaram desde o início da missão, o que tornou o envio de dados para cá um problema. Os engenheiros tiveram que desativar certos protocolos de segurança para inclinar a espaçonave em direção ao planeta.
O líquido de refrigeração que carregava acabou em 2009, fazendo com que dois de seus três instrumentos sucumbissem nos últimos anos. Mas ele vinha operando com apenas um e ainda assim fornecia ciência inovadora. Para a agência é a hora certa de tirá-lo de cena, antes que termine sua vida de uma forma não planejada.