25/07/2019 - 19:46
Um novo braço robótico permite que amputados consigam sentir objetos que eles tocam. A prótese é uma criação de pesquisadores da Universidade de Utah (EUA) e foi batizada de “Luke” em referência a Luke Skywalker, personagem da série “Star Wars” que tem sua mão cortada pelo sabre de luz de Darth Vader.
O senso do tato é muito importante nas próteses para pessoas amputadas. Sem essa sensação, elas podem apertar algum objeto com força demais (ou de menos), e até estragá-lo.
O braço prostético Luke envia sinais ao cérebro para imitar a maneira como a mão de um ser humano pode sentir as informações sobre um objeto, como sua textura e peso. Segundo Jacob George, um dos autores do estudo que desenvolveu a prótese, a equipe mudou a forma como essas informações são enviadas ao cérebro, produzindo sinais biológicos mais realistas, para tornar o processo o mais parecido possível com o natural.
Essa conexão é feita por meio de 100 microeletrodos que são implantados nos nervos do antebraço da pessoa amputada e conectados a um computador.
Durante a pesquisa, sete voluntários amputados testaram a prótese. Um deles, Keven Walgamot, perdeu sua mão esquerda e parte do antebraço em um acidente elétrico. Para ele, tarefas simples para qualquer pessoa, como pegar um ovo sem quebrá-lo ou arrancar uma uva de um cacho, são muito difíceis de realizar. Com o braço “Luke”, Keven conseguiu sentir os ovos e as uvas o suficiente para seu cérebro comunicar à prótese que não era necessário segurá-los com força excessiva.
Isso significa que uma pessoa amputada pode sentir se um objeto é duro ou macio, entender qual é a melhor maneira de segurá-los e realizar tarefas delicadas, impossíveis de fazer com próteses convencionais com ganchos ou garras de metal. “Eu quase chorei”, disse Walgamott em comunicado divulgado pela universidade. “Foi incrível, nunca achei que sentiria minha mão de novo”, afirmou.
Walgamott também disse que conseguiu segurar as mãos de sua esposa sentindo uma sensação em seus dedos semelhante àquela que sentia quando tinha sua mão. “Uma das primeiras coisas que ele quis fazer foi colocar sua aliança no dedo, foi emocionante”, diz Gregory Clark, professor associado da universidade e líder da pesquisa.
Veja um vídeo de Walgamott usando o braço:
Agora, a equipe está desenvolvendo outro protótipo do braço que é wireless, portanto não precisa ser conectada a um computador e é completamente portátil, o que dará liberdade ao usuário. Clark acredita que, em 2020 ou 2021 o braço robótico já esteja disponível no mercado, dependendo das aprovações regulatórias dos EUA.
A pesquisa que descreve a prótese foi publicada na revista científica Science Robotics.