09/08/2019 - 10:48
A modesta libélula é um dos mais recentes alvos dos pesquisadores que trabalham com biomimetismo (a adaptação de ideias encontradas na natureza para aproveitamento científico). Ela atraiu, segundo o site C4ISRNet, a atenção de cientistas dos Sandia National Laboratories (EUA) por sua possível contribuição para o aprimoramento de sistemas de orientação de mísseis.
Aparentemente inofensiva aos olhos humanos, a libélula é uma temida caçadora de outros insetos. Seu índice de sucesso na captura das presas atinge 95%.
A pesquisadora Frances Chance, dos Sandia National Laboratories, está criando algoritmos que simulam como uma libélula processa informações ao interceptar suas presas. Eles são testados em seguida em um ambiente virtual. Por enquanto, os resultados têm sido promissores.
LEIA TAMBÉM: Catalisador sintético imita processo feito por enzimas em seres vivos
Segundo Chance, embora possam não ser adequados para o estudo de capacidades cognitivas a fim de desenvolver inteligência artificial complexa, os insetos são ideais para o desenvolvimento de cálculos eficientes relacionados à capacidade de interceptação.
Uma libélula pode reagir a uma determinada presa em 50 milissegundos, diz a pesquisadora. Nessa extensão de tempo, as informações cruzam três neurônios no cérebro do inseto. Isso indica que a libélula não aprende a caçar, mas a habilidade é inerente e parte do circuito cerebral.
Como as libélulas não são animais inteligentes e não têm cérebros muito grandes, o que lhes dá tais habilidades de caça pode ser bem simples. Se essa característica for descoberta e adaptada para uma rede neural artificial, os militares poderão contar com mísseis mais leves, eficientes e baratos.