14/08/2019 - 15:22
A Amazon divulgou esta semana que seu software de reconhecimento facial, Rekognition, pode detectar o medo de uma pessoa, segundo o site CNBC. Um dos muitos serviços em nuvem da Amazon Web Services (AWS) disponíveis para desenvolvedores, ele pode ser usado para análise facial ou de sentimentos. Em relação a esta última, ele identifica diferentes expressões e prevê emoções a partir de imagens de rostos de pessoas
Segundo o site, as atualizações para a ferramenta anunciadas pela Amazon incluem a melhoria da precisão e funcionalidade de suas características de análise de rosto, como a identificação de gênero, emoções e faixa etária.
“Com este lançamento, melhoramos ainda mais a precisão da identificação de gênero”, anunciou a empresa em postagem no seu blog. “Além disso, melhoramos a precisão na detecção de emoções (para todas as sete emoções: ‘feliz’, ‘triste’, ‘irritado’, ‘surpreso’, ‘enojado’, ‘calmo’ e ‘confuso’) e adicionamos uma nova emoção: ‘medo’.”
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A Amazon não está sozinha nesse mercado. Empresas como Microsoft , Affectiva e Kairos têm tentado ler as emoções de uma pessoa a partir de fatores como características faciais, movimentos e voz.
Variações culturais
Estudiosos do assunto advertem que programas do gênero podem falhar porque a forma como as pessoas comunicam emoções importantes varia de acordo com culturas e situações. Às vezes, tipos similares de movimentos faciais podem expressar mais de uma categoria de emoções.
Com isso, afirmam os pesquisadores, “não é possível inferir com confiança a felicidade de um sorriso, a raiva ou a tristeza de uma cara feia, na medida em que a tecnologia atual tenta fazer ao aplicar o que erroneamente se acredita serem fatos científicos”.
A tecnologia de reconhecimento facial suscita ainda preocupações sobre o seu uso potencial na vigilância e a possibilidade de que venha a intervir na privacidade.
O Rekognition, por exemplo, é motivo de controvérsia por ser empregado por agências policiais. A AWS teria tentado vendê-lo ao Serviço de Imigração e Fiscalização Aduaneira dos EUA. Mas a empresa assegura que a tecnologia é usada por organizações que trabalham com a lei para defender vítimas de crime.