30/08/2019 - 13:16
Uma garota de 9 anos da República Democrática do Congo (RDC) cujo teste para contágio pelo vírus ebola deu positivo em Uganda morreu, segundo autoridades ugandesas informaram hoje. O corpo da menina será repatriado com a mãe para o funeral na RDC, informou o médico Eddy Kasenda, responsável por casos de ebola em Kasindi, cidade congolesa na fronteira com Uganda.
“Estamos colaborando com os serviços de saúde da vizinha Uganda e fortaleceremos as medidas sanitárias aqui em Kasindi”, afirmou Kasenda.
O caso é o mais recente no surto de ebola que atinge essa parte da África Central. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de pessoas contaminadas atingiu 3 mil.
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“Ela faleceu por volta das 8 horas desta manhã”, afirmou Yusuf Baseka, secretário de Saúde em Kasese, distrito no sudoeste de Uganda fronteiriço com a RDC. A garota, que viajava com a mãe, foi diagnosticada na quarta-feira como possível paciente com ebola e isolada.
Fronteiras porosas
A menina é o quarto caso de paciente da RDC que vai para Uganda em busca de tratamento. Os casos de contaminação transfronteiriça ainda são poucos, mas a morte da garota reaviva o risco de o ebola se espalhar da RDC para os vizinhos Uganda e Ruanda. Há poucos postos de controle nas fronteiras da região, e muitas pessoas que viajam à noite usam trilhas para cruzá-las.
A OMS disse na sexta-feira que o total de casos de ebola na RDC se aproxima de 3.000, com 1.893 mortes confirmadas e cerca de 900 sobreviventes. Uma média de 80 pessoas por semana é contaminada com o vírus. A província mais afetada é a de Kivu do Norte.
O surto no leste da RDC não tem mostrado sinais de desaceleração, apesar dos novos tratamentos e vacinas dados a mais de 200 mil pessoas na região e do uso de dois tratamentos terapêuticos como parte de um teste clínico.
A insegurança tem sido um fator importante na região. Ali, grupos rebeldes lutam pelo controle de terras ricas em minérios há décadas. O ebola também se espalhou por causa da desconfiança de comunidades, que chegam a atacar médicos e funcionários da saúde.