13/11/2019 - 22:40
O nome Ultima Thule já é passado: em homenagem ao sobrevoo mais distante já realizado por uma sonda, o objeto do Cinturão de Kuiper 2014 MU69, visitado pela New Horizons, da Nasa, a 6 bilhões de quilômetros da Terra, foi oficialmente renomeado Arrokoth. O termo, da língua powhatan/algonquina, significa “céu”.
Com o consentimento dos anciãos e de representantes tribais powhatans, a equipe da New Horizons propôs o nome à União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês) e ao Centro de Planetas Menores, a autoridade internacional para nomear objetos do Cinturão de Kuiper. O nome foi anunciado em uma cerimônia em 12 de novembro na sede da Nasa em Washington, a capital americana.
“O nome ‘Arrokoth’ reflete a inspiração de olhar para o céu e pensar sobre as estrelas e os mundos além do nosso”, disse Alan Stern, pesquisador principal da New Horizons do Southwest Research Institute, em Boulder, Colorado. “Esse desejo de aprender está no centro da missão New Horizons, e estamos honrados em nos juntar à comunidade powhatan e ao povo de Maryland nesta celebração da descoberta.”
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A New Horizons foi lançada em janeiro de 2006; em seguida, passou em fevereiro de 2007 por Júpiter, para um impulso pela gravidade e estudos científicos, e conduziu um primeiro voo histórico pelo sistema de Plutão em 14 de julho de 2015. A sonda continuou sua viagem no Ano Novo de 2019 com a exploração de Arrokoth (apelidada pela equipe de “Ultima Thule”), 1,6 bilhão de quilômetros além de Plutão, e o mais distante sobrevôo já realizado.
Mundo gelado
Arrokoth é um dos milhares de pequenos mundos gelados conhecidos no Cinturão de Kuiper, a vasta “terceira zona” do Sistema Solar, além dos planetas terrestres internos e dos gigantes gigantes gasosos. Foi descoberto em 2014 por uma equipe da New Horizons – que incluía Marc Buie, do Southwest Research Institute – usando o poderoso Telescópio Espacial Hubble.
“Os dados do recém-nomeado Arrokoth nos deram pistas sobre a formação de planetas e nossas origens cósmicas”, disse Buie. “Acreditamos que esse corpo antigo, composto por dois lobos distintos que se fundiram em uma entidade, pode abrigar respostas que contribuem para a nossa compreensão da origem da vida na Terra.”
De acordo com as convenções de nomenclatura da IAU, a equipe da descoberta ganhou o privilégio de selecionar um nome permanente para o corpo celeste. A equipe usou essa convenção para associar a cultura dos povos nativos que viviam na região onde o objeto foi descoberto – nesse caso, o Telescópio Espacial Hubble (no Instituto de Ciências do Telescópio Espacial) e a missão New Horizons (no Laboratório de Física Aplicada Johns Hopkins) são operadas em Maryland, um vínculo com o significado da região da Baía de Chesapeake para o povo powhatan.
“Aceitamos graciosamente esse presente do povo powhatan”, disse Lori Glaze, diretora da Divisão de Ciência Planetária da Nasa. “Atribuir o nome Arrokoth significa a força e resistência do povo algonquino indígena da região de Chesapeake. Sua herança continua a ser uma luz orientadora para todos que buscam o significado e a compreensão das origens do universo e da conexão celestial da humanidade.”