21/01/2020 - 23:53
Um grupo de investigadores da Universidade de Cardiff (Reino Unido) encontrou um novo tipo de célula T – responsável pela defesa do organismo contra ameaças desconhecidas, como vírus e bactérias – que poderá atacar e destruir a grande maioria dos tipos de câncer.
A descoberta foi publicada na revista científica “Nature Immunology” e ainda não foi testada em doentes. Contudo, os investigadores acreditam que, embora o trabalho ainda esteja em estágio inicial, a descoberta tem “enorme potencial”, diz a rede noticiosa BBC.
Os cientistas encontraram uma célula no sangue das pessoas que pode avaliar se existe uma ameaça a ser eliminada. Essa nova célula imune suporta um receptor o qual age como um gancho, que se agarra à maioria dos cânceres ao mesmo tempo que ignora as células saudáveis.
LEIA TAMBÉM: Tratamento contra câncer inédito no Brasil usa células do próprio paciente
Andrew Sewell, responsável pelo estudo, afirma que é “altamente incomum” encontrar uma célula com potencialidades terapêuticas assim tão vastas no combate ao câncer e que a descoberta aumenta a perspectiva de criar uma “terapia universal”.
Interação
“Nossa descoberta aumenta a perspectiva para os tratamentos contra o câncer. Esse tipo de célula pode ser capaz de destruir muitos tipos diferentes da doença. Antes, ninguém achava que isso fosse possível. Essa foi uma descoberta acidental, ninguém sabia que essa célula existia”, contou Sewell ao jornal “The Telegraph”.
A equipe de investigadores descobriu que o novo tipo de célula T pode encontrar e matar grande diversidade de células cancerígenas, incluindo as presentes no câncer de pulmão, pele, sangue, mama, osso, próstata, ovário, rim e colo do útero.
Embora o processo como a célula ataca outras células ainda não seja compreendido, os cientistas acreditam que o receptor das células T interage com uma molécula, chamada MR1, que existe na superfície de todas as células do corpo humano.
“Somos os primeiros a descrever uma célula T que se encontra com a MR1 nas células cancerígenas. Isso nunca foi feito antes”, afirmou Gary Dolton, que participa da investigação, em entrevista à BBC.
* A RTP é a emissora pública de televisão de Portugal