03/03/2020 - 11:07
A realidade virtual (RV, ou VR, na sigla em inglês) pode ajudar os pacientes de fisioterapia a concluir seus exercícios em casa com sucesso, graças a pesquisadores do Warwick Manufacturing Group (WMG), da Universidade de Warwick, no Reino Unido. Eles conseguiram combinar a tecnologia RV com a captura de movimento em 3D.
A fisioterapia atualmente prescrita geralmente exige que os pacientes realizem exercícios regulares em casa. Fora da clínica, os pacientes raramente recebem outra orientação além de um folheto de esboços ou fotografias estáticas para instruí-los a concluir seus exercícios. Isso leva a uma baixa adesão, com os pacientes ficando ansiosos por não fazer o exercício direito, ou simplesmente entediando-se com a repetição dos movimentos.
O advento da tecnologia de realidade virtual do consumidor combinada com a captura de movimento 3D permite que movimentos reais sejam traduzidos com precisão em um avatar que pode ser visualizado em um ambiente virtual. Pesquisadores do Institute of Digital Healthcare do WMG estão investigando se essa tecnologia pode ser usada para oferecer orientação aos pacientes de fisioterapia, fornecendo um fisioterapeuta virtual em casa para demonstrar os exercícios prescritos.
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Um artigo sobre a pesquisa, publicado na revista “PLOS ONE”, abordou a questão de se as pessoas são capazes de seguir com precisão os movimentos de um avatar virtual.
Os pesquisadores investigaram se as pessoas conseguiam coordenar e acompanhar com precisão os movimentos de um avatar em um ambiente virtual. Eles pediram aos participantes que se sincronizassem em termos temporais com um avatar visualizado através de um dispositivo RV.
Seguir o avatar
Sem o conhecimento dos participantes, os pesquisadores desaceleravam ou aceleravam sutilmente uma das etapas do avatar, de modo que os participantes tinham de corrigir seu próprio movimento de passo para permanecer no tempo. O efeito que essa correção teve no tempo das etapas e na sincronização com o avatar foi medido.
“Se os participantes corrigissem seus próprios passos para acompanhar o avatar, saberíamos que eles eram capazes de seguir com precisão os movimentos que estavam observando”, comentou o autor principal do estudo, Omar Khan, do WMG. “Descobrimos que os participantes lutavam para manter o tempo apenas se a informação visual estivesse presente. No entanto, quando adicionamos sons de passos realistas, além das informações visuais, as informações multissensoriais mais realistas permitiam aos participantes seguir com precisão o avatar.”
Mark Elliott, pesquisador principal do projeto no WMG, afirmou: “Existe um enorme potencial para que as tecnologias de RV do consumidor sejam usadas para fornecer orientação aos exercícios de fisioterapia, mas também para tornar os exercícios mais interessantes. Este estudo se concentrou na questão crucial de como as pessoas podem seguir um guia virtual”.
Theo Arvanitis, coautor e diretor do Institute of Digital Healthcare do WMG, acrescentou: “Nosso trabalho e nossa solução tecnológica habilitada digitalmente podem sustentar inovações transformadoras da saúde para impactar o campo da fisioterapia e ter um benefício direto na reabilitação dos pacientes. Agora, planejamos investigar outros tipos de movimentos que trabalham em estreita parceria com fisioterapeutas, para estabelecer as áreas da fisioterapia que mais se beneficiarão com essa tecnologia”.