23/09/2020 - 12:31
O projeto Atomium, em andamento, está sendo conduzido em colaboração com o ALMA, o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array, localizado no Chile, e conta com a parceria do Observatório Europeu do Sul (ESO). O projeto pretende mapear os ventos estelares “soprados” por uma dúzia de estrelas gigantes vermelhas. Esse ambicioso objetivo é possível apenas graças à resolução atingida pelo ALMA.
Esperava-se que esses ventos estelares – que vez ou outra são milhões de vezes mais intensos do que os lançados pelo nosso Sol – fossem esféricos, tal como as estrelas das quais se originam. No entanto, os pesquisadores não observam ventos estelares esféricos. Por vezes, aliás, esses ventos se apresentam com formas muito diferentes.
A imagem acima, que mostra os ventos em torno da estrela R Aquilae, é um exemplo disso. A equipe descobriu ali ventos solares que se assemelham às delicadas pétalas de uma rosa.
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Interação binária
Esses padrões observados nos ventos estelares se parecem muito com os que vemos em nebulosas planetárias.
A equipe de pesquisa, liderada por Leen Decin, da KULeuven, na Bélgica, aponta o processo conhecido por interação binária como responsável pela forma observada nos ventos estelares soprados pelas estrelas gigantes vermelhas. Como o nome sugere, a interação binária envolve dois objetos. A teoria nos diz que a forma dos ventos estelares se deve à influência de outra estrela ou planeta gigante.
Os ventos estelares são os precursores das nebulosas planetárias, e a aparente semelhança entre suas estruturas indica que a física que molda os ventos estelares molda também as nebulosas planetárias. Isso mostra que a interação binária é o agente-chave para esculpir as morfologias das nebulosas planetárias.