Viver em baixa gravidade afeta as células em nível genético, de acordo com um estudo sobre vermes no espaço. A análise genética de vermes Caenorhabditis elegans na Estação Espacial Internacional (EEI, ou ISS na sigla em inglês) mostrou “mudanças sutis” em cerca de mil genes. Foram notados efeitos mais fortes em alguns genes, especialmente entre neurônios (células do sistema nervoso).

O estudo, realizado pela Universidade de Exeter (Reino Unido) e pelo GeneLab da Nasa, ajuda a compreender por que os organismos vivos – incluindo os humanos – sofrem declínio físico no espaço. O trabalho foi publicado na revista “iScience”.

“Examinamos os níveis de cada gene no genoma dos vermes e identificamos um padrão claro de mudança genética”, disse o dr. Timothy Etheridge, da Universidade de Exeter. “Essas mudanças podem ajudar a explicar por que o corpo reage mal aos voos espaciais. Também nos dá alguns alvos terapêuticos em termos de redução desses efeitos na saúde, que atualmente são uma grande barreira para a exploração do espaço profundo.”

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Bases para melhor compreensão

O estudo expôs vermes à baixa gravidade na ISS e à hipergravidade nas centrífugas. Os testes de hipergravidade deram aos pesquisadores mais dados sobre os impactos genéticos da gravidade e permitiram que eles procurassem possíveis tratamentos usando hipergravidade no espaço.

“Um passo crucial para superar qualquer condição fisiológica é primeiramente entender seu mecanismo molecular subjacente”, disse o autor principal, Craig Willis, da Universidade de Exeter. “Identificamos genes com papéis na função neuronal e no metabolismo celular que são afetados por mudanças gravitacionais. Esses vermes exibem assinaturas moleculares e características fisiológicas que espelham de perto aquelas observadas em humanos. Então, nossas descobertas devem fornecer bases para uma melhor compreensão do declínio da saúde induzido por voos espaciais em mamíferos e, por fim, humanos.”