08/01/2021 - 10:30
Fotos obtidas em 2017 por armadilhas fotográficas instaladas nas florestas equatoriais do Parque Nacional Cantanhez, em Guiné-Bissau, e do Parque Nacional de Taï, na Costa do Marfim, são o primeiro registro de chimpanzés selvagens com lesões no rosto e em outras partes do corpo indicativas de hanseníase.
Uma colaboração internacional coordenada pela cientista da conservação Kimberley Hockings, da Universidade de Exeter (Reino Unido), e pelo médico veterinário Fabian Leendertz, do Instituto Robert Koch em Berlim (Alemanha), coletou amostras das feridas, além de fezes dos animais, e confirmou que o agente infeccioso era a bactéria Mycobacterium leprae, causadora da hanseníase em seres humanos (bioRxiv, 11 de novembro).
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As análises indicaram que as variedades de M. leprae obtidas desses chimpanzés pertencem a cepas diferentes e raramente encontradas em seres humanos.
Embora não descartem a possibilidade de contaminação por pessoas, como já foi observado em animais em cativeiro, os pesquisadores consideram mais provável que os chimpanzés tenham sido infectados após o contato com algum outro animal desconhecido portador da bactéria.